Material busca propor soluções para comunidades ribeirinhas do interior da Amazônia 

Foto: Thiago Albuquerque – Postada em: Instituto Mamirauá

Um grupo de cinco pesquisadores realizaram um estudo sobre a qualidade de uso e acessos à água potável em comunidades ribeirinhas no interior da Amazônia. Na equipe, cientistas do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), analisaram 3.285 domicílios de áreas alagáveis e não alagáveis na área das Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã. Os resultados do estudo foram reunidos e expostos no artigo “Condições de uso e níveis de acesso domiciliar à água em comunidades rurais na Amazônia”.

Mesmo que a Bacia Amazônica tenha um grande potencial hídrico, sendo a maior bacia hidrográfica do Brasil e do mundo, cerca de 4 milhões de moradores ribeirinhos do bioma ainda utilizam formas alternativas para abastecimento de água, como a captação de poços, nascentes, rios, lagos ou das chuvas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esta e outras questões que envolvem o abastecimento e acesso à água potável na Amazônia são abordadas no artigo. Para além do levantamento e identificação dessas condições, o estudo também apresenta uma série de recomendações para solucionar as demandas que envolvem o uso adequado da água entre as populações ribeirinhas amazônicas, como explica Maria Cecília Gomes, pesquisadora do Programa Qualidade de Vida do Instituto Mamirauá é uma das autoras do material. “Uma das saídas para melhorar essa condição é investir na captação de água de chuva e, também,  em tecnologias adequadas”, afirma.

O estudo também destaca que a falta de acesso à água, saneamento e higiene afeta principalmente as mulheres, que geralmente são as responsáveis nas residências pela coleta e tratamento das águas, trabalho cansativo e não remunerado. Cecília ainda explica que o artigo auxilia na recomendação de realizações para o Estado também atuar nessa garantia de água de qualidade para essas populações.

“Este tipo de estudo contribui com orientações para a construção de políticas públicas , porque traz detalhes ricos e abrangentes de como se dá o acesso à água dentro dos domicílios de uma região importante da Amazônia. Questionamos quais ações públicas devem receber mais atenção do governo, visando melhorar a qualidade de vida dos ribeirinhos que tanto contribuem para a conservação do bioma”, disse a coordenadora.

Clique aqui para ler o artigo na íntegra.

Texto: Nayá Tawane – PUBLICADO POR: INSTITUTO MAMIRAUÁ – O acesso à água na Amazônia é tema de artigo desenvolvido por pesquisadores do Mamirauá e parceiros (mamiraua.org.br) 

Relacionadas: