Ministério da Saúde faz primeira reunião do COE Yanomami e reforça as ações de resposta à crise sanitária na região – O Centro de Operações vai atuar diariamente, em uma ação coordenada, na área de vigilância, assistência à saúde e na avaliação do impacto sócio ambiental

O Ministério da Saúde fez, nesta quinta-feira (26), a primeira reunião do Centro de Operação de Emergências em Saúde Pública (COE – Yanomami), aberto para acompanhar e reforçar as ações contra a grave situação de desassistência sanitária e nutricional constatada no território. O COE está sob coordenação da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e terá a função de planejar, organizar e controlar medidas durante o período de emergência.

O Centro de Operações vai atuar diariamente, em uma ação coordenada, tanto na área de vigilância, assistência à saúde, como na avaliação do impacto socioambiental da ação de garimpeiros na região Yanomami, território indígena com mais de 30 mil habitantes. A previsão inicial é que funcione por um prazo de 15 dias, que será ampliado de acordo com a necessidade.

O secretário Especial de Saúde Indígena, Ricardo Weibe Tapeba, que está à frente do COE Yanomami, já visitou as terras afetadas e destacou o cenário desolador encontrado pelas equipes do Ministério da Saúde. “Encontramos um cenário de guerra, um campo de concentração escondido debaixo do tapete”, afirmou. “Tivemos clareza que medidas urgentes precisam ser tomadas e estamos assumindo a tarefa de solucionar este problema”.

Weibe falou ainda da importância da ação interministerial para salvar vidas dos povos Yanomami. “Estamos assumindo a tarefa de mitigar e solucionar o problema com um planejamento de curto e longo prazo. A resposta do governo brasileiro é salvar vidas na ponta. É salvar a vida dos nossos povos indígenas”, concluiu.

Durante a reunião de abertura, o diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Márcio Garcia, apresentou a equipe e destacou o papel fundamental que cada integrante terá na operacionalização das ações no território Yanomami. “Estamos preparados para dar início a um trabalho de planejamento e execução dando condições de saúde para essa população que foi negligenciada e desassistida”, afirmou.

Como forma de dar efetividade às estratégias traçadas pelo centro, um COE será montado também na região. A proposta é garantir o alinhamento das medidas de urgência para contenção do impacto da emergência, em paralelo com as ações da Sala de Situação e também junto com o comitê de coordenação nacional, coordenado pela Casa Civil.

Planos de Ação

As áreas técnicas do Ministério da Saúde irão elaborar planos de ação para serem executados no âmbito do COE. Essas áreas terão atuação direta para proposição de estratégias que envolvem diferentes frentes, como o controle e tratamento da malária, da oncocercose e parasitoses intestinais, como também suporte laboratorial para diagnóstico e logística de insumos, ações de imunização e planos de nutrição e alimentação para os indígenas Yanomamis. Além disso, hospitais de campanha e demais ações de assistência estão sendo planejadas para garantir rápida resposta ao grave estado de saúde encontrado na população desse território indígena.

COE

O COE é o responsável por coordenar as medidas a serem empregadas durante o estado de emergência, incluindo a mobilização de recursos para o restabelecimento dos serviços de saúde e a articulação com os gestores estaduais e municipais do SUS. O comando será feito pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), em articulação com a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Secretaria de Atenção Primária (SAPS), Secretaria de Atenção Especializada em Saúde (SAES), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Organização Pan Americana de Saúde (Opas), Ministério da Defesa, Ministério do Desenvolvimento Social, Ministério do Desenvolvimento Regional e Funai.

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