Pacaraima – Imagine você ter a vida transformada e depois de dois anos reencontrar quem te estendeu a mão em um momento difícil. Foi exatamente isso que aconteceu com o venezuelano Juan José ao cruzar pela segunda vez com o defensor público federal Ronaldo de Almeida Neto, no contexto da Operação Acolhida, em Pacaraima (RR). Eles se reencontraram após mais de dois anos.
A história de Juan com a Defensoria Pública da União (DPU) começou em 2020, quando o migrante abandonou sua casa, na Venezuela, e atravessou quase mil quilômetros em busca de melhores condições de vida no Brasil. Na época, ele veio acompanhado de seu neto, um jovem de 12 anos.
A família chegou com apenas três dólares, sem emprego e sem documentação. Para completar, o neto não poderia entrar no país. Foi nesse momento que Juan se deparou com uma sigla: DPU. “Consegui ajuda de um pessoal da D-P-U, Defensoria Pública da União. Daí pensei, ‘que ótimo, é a minha benção!’. Fui atendido, contei para o defensor o meu problema e ele disse ‘vou ver o que posso fazer por você’”, afirmou.
Do outro lado da mesa de atendimento estava Ronaldo. “Verificamos se a criança estava em segurança, se apresentava traços de tráfico de pessoas, se ela estava em um ambiente confortável com uma pessoa que ela tem carinho. Pude perceber que estava com um avô que trazia essa criança para o Brasil em busca de melhores condições”, explica o defensor.
A partir das informações da DPU, a Polícia Federal fez a regularização migratória e permitiu a entrada deles no Brasil. Depois desse primeiro passo, a esposa e a filha também vieram para o Brasil e atualmente a família mora em um abrigo, em Boa Vista (RR).
Tanto a filha quanto o neto de Juan José voltaram a estudar. O desejo do avô e pai não poderia ser diferente: “Espero que eles se graduem aqui e que quando voltarmos para a Venezuela que possam ter uma profissão. Ou ainda que possam continuar aqui e que melhores o estado de vida”.
Depois de mais de dois anos, Juan José encontrou o defensor público federal que conduziu o atendimento e atuação em uma nova iniciativa da DPU na fronteira do Brasil com a Venezuela. O migrante fez questão de agradecer. “Imagina ter uma pessoa que você sequer conhece, não sabe o nome, não sabe quem é e quem pode resolver seu problema. Isso é grande!”, afirmou.
Dia do Migrante e atuação da DPU
Histórias como a do senhor Juan José são uma realidade na atuação da Defensoria Pública da União. A DPU faz parte da Operação Acolhida e acompanha a situação de crianças e adolescentes que chegam ao Brasil, em muitos casos indocumentadas e sem os responsáveis legais. Mais de 13 mil crianças e adolescentes foram atendidos por defensores públicos federais desde 2018, quando a força-tarefa começou.
Além do atendimento, os defensores públicos federais prestam esclarecimentos sobre a legislação brasileira, dão orientações sobre acesso à saúde e à educação no Brasil e indicam o necessário para regularização migratória. A atuação da DPU em Pacaraima é parte de uma grande estrutura que reúne diversos atores, entre governo federal e organizações internacionais, para levar acolhimento, alojamento e oportunidades para os migrantes.
Dia do Migrante
Dia 18 de dezembro é Dia do Migrante. A data foi instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas e o intuito é destacar a situação de milhões de pessoas que vivem fugindo de guerras, exploração e em busca de melhores condições de vida.
Assessoria de Comunicação Social
Defensoria Pública da União – DPU
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