O trabalho de coleta de material geológico faz parte do Programa de Geoquímica Ambiental conduzido pelo Serviço Geológico do Brasil, em parceria com a Fiocruz 

Distribuição do livro de geologia médica do Programa SGBEduca aos tradutores da Comunidade Yanomami.

O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), participou do projeto ‘Impacto do Mercúrio em Áreas Protegidas e Povos da Floresta na Amazônia Oriental: Uma Abordagem Integrada Saúde-Ambiente’. O trabalho de campo aconteceu, de 8 a 16 de outubro, na Terra Indígena Yanomami, da Bacia Hidrográfica do Rio Mucajaí (RR). O objetivo foi coletar informações importantes para a área de Geologia Médica.

Local de coleta na margem direita do Rio Mucajaí, com a presença de crianças brincando na areia e na água

A geocientista do SGB-CPRM, Patrícia Duringer Jacques, participou das atividades de campo, sob liderança do pesquisador Paulo César Basta, da Fiocruz. Ela contou que foram coletadas amostras de material geológico (água fluvial e sedimento de corrente), de material biológico (cabelo, saliva e peixe), além da realização de avaliação clínica, neurológica, pediátrica e psicológica, por meio de entrevistas com a população indígena Yanomami (subgrupo Ninam), da Região do Alto Mucajaí.

Local de coleta na margem direita do Rio Mucajaí.

Foram coletados materiais geológicos de de 14 pontos, previamente programados pelos pesquisadores em Geociências do Departamento de Gestão Territorial – DEGET, Eduardo Viglio e José Luiz Marmos, utilizando a metodologia desenvolvida pela equipe de Geoquímica Ambiental do SGB-CPRM.

Patrícia explicou que população local vem sendo exposta aos resíduos deixados pelo garimpo ilegal, presente na região, principalmente a contaminação por mercúrio no Rio Mucajaí que afeta a biota aquática, especificamente os peixes que são consumidos pela população indígena local. “À medida que o mercúrio vai se acumulando na cadeia trófica alimentar, o nível de exposição humana e ambiental vai aumentando, e os efeitos da exposição aguda e crônica começam a ser observados” esclareceu.

Coleta de sedimento de corrente. Como o material é constituído de seixos, foi necessário peneirar para coletar material argiloso

A equipe foi composta por 22 pesquisadores de formação multidisciplinar como geógrafo, geólogo, biólogo, psicólogo, enfermeiro, farmacêutico e médicos das seguintes especialidades: neurologia, pediatria, clínica geral, obstetrícia, infectologia e epidemiologia.

O trabalho realizado de coleta de material geológico faz parte do Programa de Geoquímica Ambiental conduzido pelo DEGET, com foco na promoção do conhecimento da distribuição dos elementos traço e compostos inorgânicos, fornecendo subsídios à geologia médica, que estuda as variações regionais na distribuição dos elementos químicos, principalmente os metálicos e metaloides, seus comportamentos geológico-geoquímicos, as contaminações naturais e antropogênicas e os possíveis danos à saúde humana, animal e/ou vegetal por excessos ou deficiências de tais elementos.

A pesquisadora aproveitou o trabalho de campo e distribuiu, para os tradutores indígenas que auxiliaram a pesquisa em campo, exemplares do Livro de Geologia Médica ‘Dr. Pedrosa no Mundo da Geologia Médica’ – indicado para crianças, e que integra o Programa SGBEduca.

Núcleo de Comunicação, com informações de Patrícia Duringer Jacques
Serviço Geológico do Brasil – CPRM
Ministério de Minas e Energia

VER MAIS EM: Pesquisa em Terra Indígena Yanomami identifica resíduos de mercúrio que afetam a saúde da comunidade local (cprm.gov.br)