Com o tema “Revitalização de línguas: Por que e como fazer?”, o evento terá conferências, mesas redondas e atividades culturais para debater a riqueza linguística e cultural dos povos originários do Brasil. A programação inicia no dia 22 e vai até 25 de novembro.

Agência Museu Goeldi – A riqueza linguística do Brasil é inquestionável. Tal multiplicidade de línguas deve-se em grande parte aos povos originários do país, contribuindo também imensamente para a diversidade cultural. Porém, o histórico colonial de violência a esses povos desencadeou grandes perdas do contato de vários povos com suas próprias línguas. O resultado é uma situação delicada, com muitas línguas sendo faladas por pouquíssimas pessoas e correndo o risco de desaparecer. É para debater esse assunto que será realizado o II Seminário Internacional Viva Língua Viva, de 22 a 25 de novembro, na Universidade Federal do Pará (UFPA).

As inscrições para quem deseja participar do evento, podem ser feitas preenchendo o formulário de inscrição. Elas encerram no dia 19/11 e após essa data é possível se inscrever presencialmente no primeiro dia do evento (22), no Hall do Centro de Eventos Benedito Nunes, das 8h30 às 11h. A programação vai contar com conferências, mesas redondas, rodas de conversa, oficinas, sessões de comunicações e sessões de pôster, além de atividades culturais.

Seminário – A área de Linguística e o Programa de Pós-Graduação em Diversidade Sociocultural (PPGDS) do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), junto à UFPA, através do Programa de Pós-graduação em Letras (PPGL), está organizando o evento que é promovido pela Associação Brasileira de Linguística (ABRALIN). Tendo como tema “Revitalização De Línguas: Por que e como fazer?”, o seminário visa ser um encontro entre pesquisadores de universidades, museus e outras instituições acadêmicas e de pesquisa, representatividades indígenas, docentes e discentes para trocar experiências e discutir ideias de preservação de línguas não apenas no Brasil, mas no mundo todo.

A linguista e pesquisadora titular do Museu Goeldi, Ana Vilacy Galúcio, comenta que o seminário tem como principal objetivo “visibilizar e compartilhar experiências relativas às diversas iniciativas em curso no país e no mundo para preservar e revitalizar as línguas de povos originários, com especial destaque para aquelas protagonizadas pelos próprios membros das comunidades, isto é, povos indígenas do Brasil e de outros países”, pontua.

Resistência – A linguista Ana Vilacy Galúcio também relembra que o tema da atividade ressalta “a importância da resistência e preservação linguística num contexto histórico e político que promove o seu silenciamento nos vários sentidos deste termo. Nesse sentido, pretendemos que o Viva Língua Viva seja um espaço para chamar a atenção sobre a situação de baixa vitalidade de grande parte das línguas originárias e para a necessidade de investimentos e de valorização dos processos de revitalização linguística”, completa a pesquisadora.

Será oportuno o evento ser realizado esse ano. Uma vez que 2022 é o primeiro ano da chamada Década Internacional das Línguas Indígenas. Trata-se de uma promoção da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para chamar atenção em relação às línguas indígenas, focando na valorização e preservação do patrimônio linguístico do mundo.

O Seminário Viva Língua Viva é um evento bienal. A primeira edição ocorreu em novembro de 2019, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e no Museu Nacional, na cidade do Rio de Janeiro. Com a pandemia de COVID-19, a segunda edição do evento, prevista para 2021, acabou não acontecendo.

Texto: Kauanny Cohen / Edição: Uriel Pinho – Museu Goeldi e UFPA organizam o Seminário Internacional Viva Língua Viva — Português (Brasil) (www.gov.br)