Mais uma vez tenho a honra de repercutir um belo artigo de meu caro Amigo, Irmão e Mestre Higino Veiga Macedo, editado em 30 de setembro de 2022.
Golpe de Estado ou Golpe de Governo
(Por Higino Veiga Macedo)
É impressionante como pessoas se encantam por palavras. Não sei se pela musicalidade ou grafia. Para ser conciso, mostro apenas um exemplo: gestão… palavra que passou a significar, sem ser, ter o significado, de administração, governo; mas o étimo ([1]) é de quem é capaz de: gerar, gestar, gestação, útero de fêmea. Junto vai: democracia, estratégia, governança…
E, nessa toada se depara com “GOLPE DE ESTADO”. A mim sempre foi Golpe de Governo. Por uso de alguma força, se remove um governo fraco e se implanta outro, sem o amparo legal. Com arcabouço legal é IMPEDIMENTO, que os brasileiros preferem arrotar o estrangeirismo: “impeachment”. Claro, poderá haver reformas: no “regime de Governo e ou de Estado”, mas o Estado existirá, sempre. Portanto, é possível ter mudança na forma de governar. Em geral é por revolução (Re – Evolução). O Estado sempre existirá, pois não há como mudar a nação (povo e população), nem o território e nem os costumes (cultura).
Às vezes, penso que a repetição de palavras sem entender a etimologia, a semântica e muito menos a hermenêutica, se dá por dose de bravata momentânea e assim ser notado como tendo alguma lúcida intelectualidade. Infelizmente Joseph Goebbels sempre se repete: “uma mentira mil vezes repetida vira verdade”.
Ao se tratar da história do Brasil, se nota historiadores arrotando liberalismo, mas viajando pelo marxismo, sobre movimentos que mudaram as FORMAS e REGIMES DE GOVERNO no Brasil. Até a Independência do Brasil já foi taxada de golpe estado de D Pedro I ao reino de Portugal. Os marxistas, sempre absolutistas, em Regime de Estado, onde se aproximam de monarquistas, espumam a boca afirmando que a Proclamação da República foi um Golpe de Estado: “sem a participação popular”.
Nunca houve participação popular em guerra civil. Sempre foi entre tropa regular contra tropa irregular, quase sempre forçada por líderes teóricos e déspotas. Vide Mao Tse-tung, Lênin, Ho Chi Minh, Fidel Castro e tantos outros pela história recente.
No Brasil, os marxistas em geral, qualquer que seja o exercício de autoridade, já anunciam como “autoritarismo”… “tentativa de golpe”, “de golpe de Estado” … Seguem à risca o decálogo de Lênin. Seguem sempre o mestre Lênin: “Acuse os adversários do que você faz, chame–os do que você é”.
Retomando o título, não há como ter GOLPE DE ESTADO. Há no máximo Golpe de Governo com possibilidade de se ter mudanças na forma de governo, na forma de governar, no máximo.
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Por Hiram Reis e Silva (*), Bagé, 22.11.2022 – um Canoeiro eternamente em busca da Terceira Margem.
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(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
- Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
- Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
- Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
- Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
- Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
- Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
- Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
- Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
- Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
- Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
- Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
- Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
- Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
- E-mail: [email protected]
[1] Étimo: verdadeiro significado de uma palavra, de acordo com a sua origem. (Hiram Reis)
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