A conferência vai até o dia 18 de novembro no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília (DF)

– Foto: Júlia Prado/MS

Nesta segunda-feira (14), o Ministério da Saúde realizou a abertura da 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (6ª CNSI). O evento reuniu mais de 1,7 mil participantes representantes dos povos originários em todo o Brasil, com o objetivo de atualizar a Política Nacional de Saúde Indígena (Pnaspi). A conferência vai até o dia 18 de novembro no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília (DF).

Para fazer a saúde indígena, é necessário conhecer o indígena, a cultura, a história, a culinária, as habitações, as tradições, a fé e a capacidade de trabalho e luta em prol do seu povo e da sua comunidade, de acordo com o secretário de Saúde Indígena (Sesai), Reginaldo Machado. Para isso, um dos grandes desafios da CNSI será redefinir as diretrizes da Pnaspi e efetivar as particularidades étnicas e culturais no modelo de atenção à saúde dos povos indígenas dos próximos anos no Brasil. Tudo isso decidido com o voto direto dos delegados das aldeias e comunidades indígenas.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que já visitou alguns distritos de saúde indígena, reforça a importância da realização desta conferência. “É importante discutir os problemas reais dos indígenas brasileiros e, por isso, é necessário que saiam daqui propostas que possam ser convertidas em políticas públicas capazes de atender as mais de seis mil aldeias que temos no Brasil”, afirma.

Durante a cerimônia de abertura, também foi entregue a comenda Maninha Xukuru Kariri para Ailson dos Santos (Yssô Truká), no Segmento Usuário; Maria do Carmo Andrade Filha (Carmem Pankararu), no Segmento Trabalhador e Ubiratan Pedrosa Moreira, no Segmento Gestor, três personalidades brasileiras cujas contribuições foram marcantes na luta por direitos e melhorias da saúde dos povos indígenas do país.

Histórico

A 6ª CNSI é o resultado de um trabalho de continuidade que vem se desenvolvendo desde a 1ª Conferência Nacional de Saúde para os Povos Indígenas, parte integrante da IX Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1993. Na ocasião, participaram 200 delegados, indígenas e não indígenas, que determinaram a base para a criação dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei).

Em 2011, a 14ª Conferência Nacional de Saúde reafirmou que “Todos usam o SUS”. As Conferências de Saúde Indígena fazem parte do processo de educação permanente e de participação da comunidade. Servem para avaliar a situação de saúde e propor diretrizes para a formulação das políticas de saúde. As Conferências de Saúde Indígena indicam os caminhos para compreender qual é a necessidade da população e o que é possível ser feito para que todos tenham acesso aos serviços de saúde com qualidade e respeito.

A 5ª CNSI foi realizada em Brasília, de 2 a 6 de dezembro de 2013. Nela, foram aprovadas 444 propostas e 55 moções.

Karol Ribeiro
Ministério da Saúde – Conferência Nacional de Saúde Indígena reúne 1,7 mil representantes de povos originários de todo Brasil — Português (Brasil) (www.gov.br)