Evento objetiva atualizar a Política Nacional de Saúde Indígena
Nesta segunda-feira, 14, o Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Saúde iniciaram os trabalhos da 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (6ª CNSI) com a presença do Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. O evento reúne delegações dos 34 Distritos Especiais de Saúde Indígena (DSEI) e acontece até sexta-feira, 18. Ao longo da semana, os indígenas votarão mais de 250 propostas que, se aprovadas, atualizarão a PNASPI, a Política Nacional de Saúde Indígena.
Mesmo debaixo de chuva fora de época em Brasília, milhares de indígenas de todo o Brasil reuniram-se no Centro Internacional de Convenções de Brasília trazendo as cores e os costumes das aldeias e comunidades para a capital federal. Histórias de inimizades seculares superadas pelo futebol, reencontros e novas amizades marcaram a primeira parte do evento, que ocorre com 4 anos de atraso. “No primeiro dia de trabalho à frente da SESAI, eu disse: haverá 6ª Conferência”, disse Reginaldo Ramos Machado, secretário da Secretaria Especial de Saúde Indígena. Ao longo de apenas 8 meses, o Ministério da Saúde organizou viabilizou e realizou o evento. “Momentos como esse são históricos na luta para a luta dos povos originários e, se for lícito, se for possível e se for necessário, a SESAI vai fazer”.
Mais de 2 mil indígenas estiveram presentes no primeiro dia. A apresentação das delegações, com ares de torcidas de futebol, definiu o clima pelo lado descontraído. Os “parentes”, como os indígenas chamam uns aos outros, entraram no espírito e o importante era ganhar no grito e na empolgação. No aspecto mais sério, a delegação de Pernambuco realizou uma dança ritual intensa e profunda na área comum do evento. O aspecto espiritual é fundamental para esses povos. “Quando visitei a etnia Zo’é e descobri que nenhum deles foi contaminado pela covid-19”, lembra o Ministro Marcelo Queiroga, “disse ao cacique que eu não tinha nada a ensinar a ele e estava ali para aprender”. O povo Zo’é é bem isolado e habita regiões no norte do Pará.
Lideranças indígenas como Uwira – William Cesar Lopes Domingues -, Carmem Pankararu, Erivelto Fernandes do Nascimento e Ailson dos Santos, o Yssô Truca, participam da conferência e trazem um histórico de luta pela saúde indígena. Aliás, Ysso e Carmem receberam a Comenda Maninha Xukuru Cariri, uma premiação instituída durante a 6ª CNSI.
Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde, ressaltou que esta Conferência é uma conquista dos povos originários. Ele destacou ainda a importância da participação de centenas de indígenas na 17 ª Conferência Nacional de Saúde em 2023 que irá contribuir para transformar a realidade desta população por meio de diretrizes que nortearão a política de saúde indígena.
A 6ª CNSI termina em 18 de novembro.
PUBLICADO POR: 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena reúne mais de 2.000 indígenas em Brasília — Ministério da Saúde (www.gov.br)
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