Na tarde de ontem (26), agências da OMS e da ONU se reuniram em Brasília para receber uma atualização do cenário da saúde indígena no Brasil
Em evento convocado pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), diversas agências ligadas à Organização Mundial da Saúde e à Organização das Nações Unidas (ONU) se reuniram presencial e digitalmente para uma apresentação da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Saúde. O tema era o apoio internacional às iniciativas de saúde e saneamento da SESAI e também à 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (6ª CNSI), que ocorrerá entre 14 e 18 de novembro de 2022, em Brasília.
Ao lado da dra. Socorro Gross, representante da OPAS no Brasil e do dr. Ariel Karolinski, consultor da OPAS no Brasil, o secretário Reginaldo Ramos Machado, da SESAI, apresentou o cenário atual da saúde indígena, os desafios e vitórias dos mais de 14 mil trabalhadores da secretaria em cada um dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas do País e também iniciou o debate em âmbito internacional sobre a importância da 6ª CNSI e as oportunidades de parcerias para o aprimoramento das ações de saúde para os povos originários. Entre os presentes estavam representantes de agências como UNESCO, Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD), Alto-comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).
“A SESAI foi criada em 2010. Somos uma secretaria nova, mas guerreira. Nossos trabalhadores estão presentes, abastecidos e atuantes nos cantos mais longínquos do Brasil”, disse Reginaldo Ramos Machado, secretário da SESAI. “Nós já fazemos muito dentro do nosso mandato e perante as dificuldades logísticas da localização de muitos povos indígenas. Com o apoio da OPAS e das agências internacionais, podemos fazer muito mais e ampliar o atendimento tanto de forma territorial quanto na oferta de mais, e melhores, serviços de saúde aos povos indígenas.” Atualmente, as terras homologadas aos povos indígenas somam 1.129,667 Km² e, a maioria da população atendida pela SESAI (mais de 775 mil pessoas), fica na região amazônica, uma área repleta de barreiras naturais para o contato humano e a prestação dos serviços de saúde.
Mas a SESAI não esmorece e segue adiante. Por conta desta vocação para garantir a qualidade da saúde indígena, a secretaria decidiu encarar o desafio de levar a termo a 6ª CNSI, que foi adiada por conta da pandemia, e acontecerá em novembro de 2022. Para o dr. Ariel Karolinski, da OPAS, devemos buscar a vitória a cada atendimento e vida salva da saúde indígena do mesmo modo como, em nossas vidas pessoais, buscamos a vitória em uma Copa do Mundo. “A 6ª CNSI acontece pouco antes da Copa do Qatar, por que não podemos nos unir também em torno da causa indígena com a mesma intensidade?”, diz Karolinski.
A resposta veio ligeira com um debate produtivo e as diversas agências da ONU procurando modos de envolver as temáticas da SESAI e da 6ª CNSI dentro de seus mandatos e possibilidades. As conversas envolveram a importância dos povos indígenas que imigraram para o Brasil, a importância da educação sobre relações de trabalho nas comunidades e aldeias indígenas e a necessidade da maior abrangência de ações práticas e palpáveis de saneamento e qualidade da água potável.
As equipes voltam a se reunir em 3 de outubro para discussão técnica das temáticas e definição de parcerias.
PUBLICADO POR: OPAS recebe equipe da SESAI para apoio a ações de Saúde Indígena — Ministério da Saúde (www.gov.br)