Mesmo com a demanda por madeira em alta, é preciso investir em melhorias do processo e focar o olhar no futuro e nas bordas. Este foi o mote da palestra “Como ampliar o valor da produção florestal”. O tema compôs o 3º Painel, “Como produzir florestas para atender ao mercado de toras”, no 9º Workshop Embrapa Florestas/Apre, no dia 04 de agosto, abordado por Rafael Malinovski, da Golden Forest.

Foto: Manuela Bergamim – Postada em: EMBRAPA

O palestrante começou a palestra discutindo o conceito de valor, como de utilidade de um bem, podendo também ser dado por sua relação de escassez. “No setor florestal agora estamos vivendo um momento de escassez de madeira de pínus, o que tem levado os preços a aumentarem. Mas, no longo prazo, temos sempre que trabalhar buscando o custo mais baixo de produção, porque isso realmente vai trazer o valor na madeira, no sentido de ter maior valor agregado nos produtos que se pode ter no futuro”, afirma.

Malinovski abordou a criação de valor, proporcionado pelas melhorias de processo incrementais ou disruptivas. “O setor florestal já tem trabalhado muito forte nas questões incrementais dos seus processos e as visões disruptivas para o aumento de valor no setor estão muito ligadas ao fato de olharmos para fora da empresa, para o ambiente onde a gente está e em seguida tentar enxergar o mais longe possível as tecnologias que estão sendo desenvolvidas. E, olhando para estas tecnologias, como elas vão poder ser incorporadas nos processos no futuro. A gente tem que olhar para fora para trazer para dentro e não só ficar olhando para dentro”, destaca.

Rafael Malinovski enfatizou a importância de as empresas florestais valorizarem a inovação. “As empresas, nos seus processos de inovação para o aumento de valor da sua produção, têm que procurar estruturar áreas de inovação, de pesquisa e desenvolvimento, investir em treinamento, em ambientes realmente onde as pessoas possam estudar e se desenvolver”, diz.

O palestrante também provocou sobre o protagonismo de quem inova. “Quem que faz esse desenvolvimento e essa inovação na empresa? É a diretoria, são as pessoas da operação? Normalmente as empresas tem que buscar ter pessoas dedicadas para isso no dia a dia? As empresas têm que incentivar as pessoas que trabalham ali a buscarem se desenvolver e trazer coisas de fora para aumentar o valor da sua produção”, afirma.

“O que fazemos hoje foi o que nos trouxe até aqui e o que vai nos levar para o futuro é o que nós vamos começar a fazer a partir de agora. Nós não podemos ficar olhando para o passado para projetar o futuro, nós temos que olhar para o futuro e projetar o nosso presente”, enfatiza.

O 9º Workshop é uma realização da APRE e da Embrapa Florestas, com patrocínio de Becomex, Lavoro/Florestal, Remsoft e Trimble; e apoio de Abimci, Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR), Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Sistema Fiep, Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná (Fupef), Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Unicentro Paraná e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Manuela Bergamim (MTb 1951-ES)
Embrapa Florestas