“O Futuro é ancestral” que reúne música eletrônica com cantos indígenas deve ser lançado em 2023; fundos da parceria com Pacto Global da ONU devem beneficiar iniciativas indígenas na Amazônia e resto do país.
A identidade cultural dos povos indígenas do Brasil foi destaque este fim de semana em evento das Nações Unidas, em Nova Iorque.
A divulgação e discussão da combinação de música eletrônica e cantos indígenas aconteceu às margens da Assembleia Geral na sede da organização.
Contextos e projetos
O projeto é coordenado pelo DJ Alok, que inspirou a Fundação Alok, que lidera o projeto cuja arrecadação de fundos deverá ser destinada a ações com os indígenas brasileiros
Nessa declaração à ONU News, na semana passada, Alok falou da relevância de um projeto inédito saído do Brasil para o mundo, unindo esses contextos musicais.
“Eu acho que num momento em que a ONU está debatendo vários assuntos muito importantes em relação às mudanças climáticas e ao aquecimento global, é muito necessário a presença deles aqui, já que eles são verdadeiros guardiões. Muitas vezes a gente fala muito de preservação, mas não compreende muito a natureza. A gente já se desconectou dela há muito tempo. Uma forma legal de se conectar coma floresta é ouvir o que ela tem a dizer. Uma forma boa de fazer isso é através de cantos indígenas. É isso edil a gente está aqui para fazer as pessoas sentirem. “
Povos nativos
Alok, um dos nomes mais conhecidos da música eletrônica no mundo, diz que pretende ajudar a perpetuar esse elemento cultural dos povos nativos. Uma das participantes do evento, a comunicadora e ativista Samela Sateré Mawé, representa os jovens de Manaus.
“Para mim, é muito importante estar aqui na ONU para falar sobre mudanças climáticas, sobre justiça climática e justiça ambiental. Não tem como falar sobre tudo isso sem levar em consideração que os indígenas são os principais defensores e guardiões ambientais. E falar de um futuro ancestral, porque o futuro é indígena.”
A importância de manter a identidade cultural é o que motivou a presença de Eric Terena, o cofundador da Mídia Índia Oficial, do Mato Grosso do Sul.
“Hoje eu estou participando nesse Futuro é Ancestral. Um evento muito importante para os povos indígenas. Fala sobre música, sobre territórios e sobre a nossa ancestralidade. Nada melhor que falar de mudanças climáticas com a participação de povos indígenas. Não existe justiça climática sem falar sobre a justiça nos territórios indígenas. Até porque somos os principais guardiões das florestas, da natureza e da mãe terra. Estamos nos territórios fazendo o cultivo da nossa cultura e da ancestralidade buscando fortalecer cada vez mais nossa tradição.”
Territórios indígenas
O cantor rap e ativista Owerá, de São Paulo, defende maior impacto da mensagem dada pela natureza.
“Eu canto música rap guarani e músicas tradicionais do meu povo. Estou aqui em Nova Iorque na Assembleia Geral. Vou participar para levar um pouco da nossa cultura e dessa mensagem da natureza. Que nós jovens estamos fazendo a luta. Essa luta é a que os anciãos faziam antigamente. Nós estamos continuando, porque não é apenas nossa. É a luta de todos. A gente luta para preservar a natureza. Ter respeito com todos: a sociedade, a vida, a floresta, e levar essa mensagem é importante.”
E o que trouxe o debate de Alok à ONU foi a parceria do projeto com o Pacto Global. No evento participaram pesquisadores, cientistas e filantropos que debateram o impacto com o que é considerado um dos maiores ícones do gênero musical que foi o Melhor DJ do Brasil 2014.
O evento fez parte de uma série de reuniões antes da abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas que também expôs questões sustentáveis do Brasil.
O pacto global junta empresas na ação em favor da Agenda 2030, como clima, água, igualdade de gênero, equidade racial, saúde mental e combate à corrupção.
Nesses momentos houve troca de ideias e experiências com influenciadores de várias partes do planeta.
PUBLICADO POR: ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS – ONU
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