Descendo o Rio Branco
Braz Dias de Aguiar – Parte I
Dando sequência à apresentação deste valoroso trabalho de demarcação de nossas fronteiras vamos reportar algumas reportagens publicadas na mídia nacional a respeito de um dos seus mais notáveis líderes ‒ o Almirante Braz Dias de Aguiar. A Revista Marítima Brasileira publicou, em 2010, a biografia do insigne brasileiro elaborada pelo seu neto o Contra-almirante, Paulo Cezar de Aguiar Adrião.
Revista Marítima Brasileira, Volume 130
Rio de Janeiro, RJ ‒ jul./set. 2010
Almirante Braz Dias de Aguiar
Gigante da Nacionalidade!
Ao longo de muitos anos de serviços árduos – 1910 a 1947 – o Almirante Braz de Aguiar identificou os limites do Brasil com Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana Inglesa [Guiana], Guiana Holandesa [Suriname] e Guiana Francesa, totalizando cerca de 10.385 km demarcados. Foi o árbitro designado para solucionar as divergências entre o Peru e o Equador surgidas no decorrer da execução do Protocolo de Limites, assinado no Rio de Janeiro, em 29.01.1942. Bem merece Braz Dias de Aguiar os títulos de “Bandeirante das Fronteiras Longínquas” e “Cidadão da América”.
O Almirante Braz Dias de Aguiar nasceu no Rio de Janeiro, em 03.02.1881, e faleceu no dia 17.12.1947. Seus pais foram o Capitão-Tenente Joaquim Dias de Aguiar e D. Amélia Siqueira Dias de Aguiar. Teve dois irmãos: o Guarda-Marinha Álvaro Dias de Aguiar, falecido no naufrágio do Cruzador Aquidabã, em 1906; e Mário Dias de Aguiar. Casou-se com Esther Neiva Dias de Aguiar, com quem teve três filhas: Maria Amélia Neiva de Aguiar Nelson, Maria Magdalena Neiva de Aguiar Adrião e Maria Luiza de Aguiar Neiva. Teve quatro netos: Maria Helena de Aguiar Neiva, Ronaldo de Aguiar Neiva [Médico], Paulo Cezar de Aguiar Adrião [Almirante] e Roberto de Aguiar Neiva. Entrou para a Escola Naval como Aspirante-a-guarda-marinha, em 07.04.1899. Foi declarado Guarda-marinha aluno em 13.01.1902 e Guarda-marinha-confirmado [2° Tenente] em 09.01.1903. Embarcado no Navio-Escola Benjamin Constant, participou da viagem de instrução de Guardas-marinha realizada de 17.08.1903 a 24.03.1904, quando foram visitados os Portos de Nova York, Plymouth, Cherbourg, Ferrol, Lisboa e Las Palmas. Nessa viagem, segundo testemunho do Capitão de Mar e Guerra Didio Iratym Affonso da Costa:
Braz de Aguiar era um dos que mais praticavam a contemplação dos astros e a observação instrumental correspondente, entremostrando o seu destino de astrônomo e demarcador de fronteiras. […]
Além desses serviços de pura delimitação de fronteiras [sua tarefa básica], o espírito pioneiro e a competência profissional que integravam o hidrógrafo, o astrônomo, o geógrafo, o topógrafo e até o naturalista ainda o impeliram a colaborar de forma decisiva para o conhecimento da geografia regional, numa época em que os próprios brasileiros só pensavam na Amazônia como “uma imensa planície recoberta por uma floresta infinita!”
Deixou, nesse sentido amplo, diversos trabalhos publicados, que muito contribuíram para desvendar os segredos da Amazônia, dentre os quais devem ser destacados:
– O levantamento completo da Bacia do Rio Branco, compreendendo todos os principais afluentes, como o Uraricoera, o Tacutu e o Mucajaí, bem como vários tributários secundários, como os Rios Surumu e Mau [afluentes do Tacutu], Cotingo e Uailan [afluentes do Mau], e mais o Amajari, afluente do Uraricoera;
– O levantamento completo da Bacia do Rio Trombetas, incluindo os perfis dos seus dois afluentes mais importantes, o Mapuera e o Erepecuru, este último também conhecido, até hoje, como Cuminá ou Paru do Oeste;
– O levantamento completo da Bacia do Rio Jari, compreendendo os afluentes Ipitinga, Mapari, Culari, Curapi e Cuc; e
– O mapeamento de diversos Rios da Bacia do Rio Negro, com nascentes localizadas nas serras da Neblina, do Imeri, Taperecó, Gurupira e Urucuzeiro, serviço executado no afã de identificar com precisão os divisores de águas que delimitariam as fronteiras entre o Brasil e a Venezuela.
Todas as campanhas de Braz de Aguiar foram registradas em detalhados relatórios despachados para o Ministério das Relações Exteriores, órgão ao qual a Comissão Demarcadora era subordinada. Além desses relatórios específicos, Braz de Aguiar ainda publicou trabalhos detalhados sobre determinadas áreas, que muito contribuíram para o conhecimento da Amazônia. Um desses trabalhos, denominado “O Vale do Rio Negro”, classificado pelo Chefe da Comissão Demarcadora de Limites – Primeira Divisão como um subsídio para “a geografia física e humana da Amazônia”, foi encaminhado ao Ministério das Relações Exteriores no mês de janeiro de 1944. […]
A morte o surpreendeu, a 17.12.1947, ainda no cargo de Chefe da Comissão Demarcadora de Limites ‒ Primeira Divisão, quando trabalhava na fixação definitiva dos limites com a Venezuela. Foram 46 anos corridos de serviços relevantes prestados ao País, sendo que desse total, 30 anos dedicados de corpo e alma à Amazônia, que ele demarcou por inteiro. Foi, sem sombra de dúvida, um dos brasileiros que mais contribuíram para a soberania brasileira e a integridade territorial da nossa Amazônia.
Se, nos dias atuais, o Brasil já solucionou todas as pendências que recaíam sobre os 10.948 km de faixa de fronteira terrestre que separa a nossa maior região natural, objeto constante da cobiça internacional, dos países vizinhos, quase tudo se deve ao trabalho inteligente e incansável do “Bandeirante das Fronteiras Longínquas”, pois de suas observações e dos seus cálculos resultaram mais de 500 pontos astronômicos que definem, juntamente com acidentes naturais, essa imensa divisória.
Braz Dias de Aguiar, promovido “postmortem” ao posto de Contra-Almirante em 23.07.1951, em reconhecimento pelos serviços prestados à Pátria, bem merece também ser incluído entre os “Gigantes da Nacionalidade”. O brilhante historiador Jaime Cortesão já o via como tal, quando afirmou que Braz de Aguiar:
Não é daqueles cujo nome se afoga no túmulo, com os despojos mortais.
Osvaldo Aranha declarou:
Ele é um dos maiores brasileiros vivos.
Foi um “Cidadão da América”, que honrou o nome do Brasil. (ADRIÃO)
Discurso do Engenheiro Virgílio Correia Filho, representando o Conselho Nacional de Geografia na homenagem realizada no Palácio Itamarati, em memória do Comandante Braz Dias de Aguiar:
Boletim Geográfico, N° 69
Rio de Janeiro, RJ ‒ Dezembro de 1948
Conselho Nacional De Geografia
Informações – Notícias
Bibliografia – Legislação
Braz Dias de Aguiar, Mestre de Demarcadores!
A “Casa de Rio Branco”, impregnada de tradições atinentes à configuração jurídica do Território Nacional, não poderia esquecer a contribuição incomparável que lhe prestou singular individualidade, cuja memória se exalta nesta cerimônia, para a qual cooperam associações culturais dedicadas ao estudo da História e Geografia do Brasil.
O Conselho Nacional de Geografia, que se acostumou a proclamar os méritos do Comandante Brás Dias de Aguiar, não silenciaria em tal emergência. Pouco importa que a escolha não apontasse intérprete mais autorizado para lhe evocar a preceito o perfil de “Mestre de Demarcadores”. Nem o desacerto da designação, por ventura destoante da harmonia do conjunto, arrefecerá o calor da consagração, que ao insigne sertanista devota a entidade coordenadora das atividades geográficas praticadas no Território Nacional.
Nenhuma das suas glebas desperta, em verdade, maior ímpeto patriótico do que a faixa que perlonga a linha limítrofe, onde termina a jurisdição patrícia.
Aí como que se intensifica o sentimento patriótico, diante das soberanias vizinhas. E qualquer esforço aplicado em melhor conhecê-lo, obtém a mais vibrante ressonância, especialmente quando adstrito a processos aperfeiçoados, que possam proporcionar valiosas contribuições científicas.
Não maravilha que o perfil dos demarcadores alcance o realce dos heróis, cujas lutas dispensam os sacrifícios humanos, salvo de suas próprias pessoas.
A bravura então consiste em resistir aos elementos aniquiladores, à sombra das florestas, ou nos ermos dos morros açoitados pela ventania, ou nos Rios encachoeirados onde não faltam acidentes fatais.
Herói, sem dúvida, foi Cruls, astrônomo de renome universal, quando pé, solicitou que o transportassem ao local onde faria as observações finais de interminável controvérsia. E nesse lance exigiu do organismo esforço excessivo, que lhe encurtaria a existência benemérita.
Heróis, os que sucumbiram no recesso dos sertões despovoados, fossem obreiros anônimos, fossem pessoas de acentuada hierarquia submetidas às mesmas injunções malignas. A semelhante grupo excelso já pertencia o Comandante Braz Dias de Aguiar, quando o Conselho Nacional de Geografia lhe solicitou aceitasse a nomeação de consultor técnico da Secção XTX, referente a “Limites”. Era um meio de aproveitar-se dos seus ensinamentos, do mesmo passo que lhe prestava a homenagem de apreço inequívoco. Entenderam-se às maravilhas desde a primeira aproximação.
Um, era o organismo nascente, que brotava com o viço da mocidade, esperançosa de ser útil ao desenvolvimento do Brasil. O outro, não obstante ainda na pujança da madureza viril, trazia a nomeada de vencedor de árduas campanhas profissionais, encetadas ao findar o século passado, quando ultimou com êxito os estudos no Colégio Militar.
Diante da encruzilhada que se lhe deparou, não teve dúvida em preferir a Escola Naval, onde adquiriu conhecimentos que o estremariam entre os contemporâneos.
Iria praticá-los a bordo do “Tamandaré”, do “Benjamim Constant”, do “Comandante Freitas”, “República”, ou onde quer que se encontrasse. Bem que desempenhasse a contento as suas obrigações de bordo, não seria da labuta no Mar que lhe resultassem as credenciais gloriosas para a imortalidade.
Navegara, porém, pela Amazônia, incumbido de montar estações termopluviométricas e proceder a sondagens cuidadosas, quando operava naquelas paragens a Comissão Demarcadora de Limites do Brasil com a Bolívia.
A execução do Tratado de Petrópolis, que os modificou, alongava-se por trabalhoso quinquênio, não obstante confiada à experiente chefia do Almirante Guillobel. A retificação raiana seguira de Baía Negra para as Lagoas marginais do Rio Paraguai, onde deixara marcos substitutivos dos anteriores, que interpretaram o Tratado de 1867, e embrenhara-se pelos seringais acreanos, quando o então Primeiro-tenente Brás Dias de Aguiar deixou o tombadilho do seu navio para penetrar nas selvas estremenhas.
Não completara ainda o terceiro decênio de existência, que lhe sorria, prometendo-lhe triunfar dos problemas que lhe fossem apresentados e levá-los a bom termo, ainda que em circunstâncias adversas.
Era apenas ajudante, nomeado a 16.08.1910, embora desempenhasse missões de magna responsabilidade, como a chefia da Expedição Exploradora, que a 28.05.1912 alcançou Cobija ([1]).
Elevado, porém, ao posto de Capitão-tenente, a 7 de maio seguinte, também simultaneamente conquistaria, desde 1 de fevereiro, o título de Comissário Substituto, logo abaixo, por tanto, do Almirante Guillobel, a quem cabia o título de Comissário. Sucedia, neste lance, o Capitão-de-corveta Antônio Alves Ferreira da Silva, que sobremaneira dignificara o cargo, mercê da sua competência técnica.
Decidido a transpor os embaraços opostos pela Natureza a quem tente devassar-lhe os mistérios, levantou o Igarapé Bahia até as nascentes, onde lhe foi mister contestar opinião favorável à indicação de outro afluente como formador principal.
E também o Acre, além das coordenadas que determinou, sem interromper os levantamentos fluviais.
Não tardaria, entretanto, a volver ao convívio dos colegas, pois que o melhor conhecimento da região outrora litigiosa, evidenciara a inexequibilidade antes de novos convênios, dos limites definidos para hipóteses topográficas destoantes da realidade.
O ritmo dos trabalhos iria esmorecer, enquanto as chancelarias não deslindassem as dúvidas, rompentes do desacordo entre o terreno e a sua imaginária configuração cartográfica anterior.
E, então, o demarcador deixou a Comissão, que não mais lhe exigia esforços produtivos e tornou ao “Minas Gerais”, que lhe proporcionava ensejo de atuar com a mesma perícia a que se habituara em todas as suas incumbências.
A Grande Guerra encontrou-o em serviço ativo a bordo, onde permaneceu até o fim das hostilidades. Acabada a Conflagração Mundial, as atrações da floresta portentosa, onde canta o uirapuru, empolgaram-no de todo, como se algum dia ouvisse as melodias sedutoras da ave lendária.
Desta vez, era ainda Ferreira da Silva, Capitão-de-Mar-e-Guerra, que lhe solicitaria a colaboração valiosa para a Comissão de Limites com o Peru, em que operariam Nogueira da Gama, como subchefe e Braz Dias de Aguiar, ajudante, nomeado a 01.03.1920.
Tardanças comuns em tais empreendimentos, que dependem do sincronismo de providências determinadas por dois governos distantes, dilataram o início dos trabalhos.
Até que, a 11.05.1922, reunidos em Belém, os representantes de ambos os países consideraram, por fim, organizada a “Comissão Mista Brasileiro-Peruana”.
Pelo Brasil, falariam Ferreira da Silva, com as insígnias de Contra-Almirante, e Braz de Aguiar, seu imediato, como subchefe, em substituição ao primeiro nomeado.
E assim continuou participando dos trabalhos de maior responsabilidade, que os relatórios anuais registraram meticulosamente. Afinal, concluíram as demarcações, ao cabo das quais foram dispensados, a 28.05.1929.
Ao historiar, em longo relatório, a campanha levada a bom termo naquelas paragens remotas, o Almirante Ferreira da Silva relembrou que iniciara os trabalhos em meados de 1913, quando era ainda Capitão-de-Fragata.
Depois de levantado o trecho do Purus, entre as bocas dos seus afluentes Chambuiaco e Santa Rosa, a Grande Guerra perturbara a marcha dos demarcadores, que só retomaram os aparelhos de observação, em 1920, quando saíram a campo unicamente os técnicos brasileiros.
Reunidos, mais tarde, com os colegas peruanos, puderam ultimar a de marcação de 1.565,834 quilômetros em que tiveram ocasião de implantar 86 marcos.
Os levantamentos estuados pela Comissão Mista, porém, 3.183,227 quilômetros, além dos Rios Yaco e Chandless, em extensão de 620,600 quilômetros, que sobremodo contribuíram para aperfeiçoar os conhecimentos daquela região. A missão completara-se às maravilhas.
O Almirante poderia afastar-se das fronteiras onde evidenciara a sua perícia técnica, à serviço do Brasil. O imediato, porém, Capitão-de-Corveta, desde 09.02.1923, solicitara reforma em 1927, com a graduação de Capitão-de-Mar-e-Guerra, para se consagrar exclusivamente às atividades fronteiriças. Estava, por assim dizer, no começo da verdadeira ascensão para a glória.
A nomeação para a chefia da “Comissão Demarcadora das Fronteiras do Setor Norte”, a 02.09.1929, confiou-lhe a responsabilidade integral dos serviços, que se desenvolvessem pela faixa estremenha da região Setentrional.
Não mais o guiariam as normas de um superior hierárquico, ainda que do estofo inexcedível do Almirante Ferreira da Silva, com quem trabalhara longamente, identificados ambos pela mesma devoção à pátria e amizade recíproca.
Iria agora estadear a sua individualidade, confiante nos conhecimentos que adquirira da vida sertaneja, dos seus graves problemas e dos meios de resolvê-los a primor. Para começar, chefiou a turma exploradora do Rio Negro. (B. Geográfico n° 69, 1948)
Por Hiram Reis e Silva (*), Bagé, 22.08.2022 – um Canoeiro eternamente em busca da Terceira Margem.
Bibliografia:
ADRIÃO, Paulo Cezar de Aguiar. Almirante Braz Dias de Aguiar – Gigante da Nacionalidade! ‒ Brasil ‒ Rio de Janeiro, RJ ‒ Revista Marítima Brasileira, Volume 130, n° 07/09 – jul./set. 2010.
BOLETIM GEOGRÁFICO, N° 69. Braz Dias de Aguiar, Mestre de Demarcadores! – Brasil – Rio de Janeiro, RJ – Conselho Nacional De Geografia, Boletim Geográfico, N° 69, 1948.
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
- Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
- Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
- Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
- Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
- Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
- Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
- Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
- Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
- Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
- Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
- Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
- Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
- Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
- E-mail: [email protected].
[1] Cobija: cidade boliviana, situada à margem direita do Rio Acre, na fronteira com o Brasil, tendo Brasileia (AC) e Epitaciolândia (AC) como cidades vizinhas. (Hiram Reis)