Mais uma vez tenho a honra de repercutir um artigo de meu Mestre Higino Veiga Macedo.
MODELO MARXISTA IGUAL A MONARQUISTA
(Cel Eng Higino Veiga Macedo)
Antes de entrar no tema é preciso entender bem as palavras. Platão dizia mais ou menos isso: “numa discussão defina bem o objeto pra que os interlocutores falem da mesma coisa”. Isto é: se falo de utensílio de cozinha branco, tenho de objetivar que se trata de uma geladeira. Se o interlocutor falar de fogão; perderemos tempo e nunca chegaremos a um objetivo.
A palavra marxismo é mal definida e assim mal entendida. O povo apenas ensaca toda a gororoba de Marx numa ideia só. Outros misturam marxismo com socialismo. Há intelectuais ditos famosos que afirmam ser socialismo o governo imposto pelo Estado. Mas, e apenas, o concebido por Marx. Na verdade socialismo nasceu na Grécia antiga, onde havia forte estamento (status) social.
Lá, as escolhas dos governantes (que Roma chamou de administrador da res pública) eram por estamentos: os mais ricos e, entre eles, os melhores. Em resumo, a velha forma ARISTOCRACIA de governo. O aristocrata era o governante escolhido, mas com poderes monárquicos, portanto, era o Estado. Estado governado por um estamento “social” – socialista. O governo era o monarca (aristocrático).
A palavra Aristocracia foi demonizada e socialismo foi consagrado como conceito moderníssimo. A prática administrativa, a mesma.
O entendimento de marxismo há que se levar em conta o que Marx pensava como um todo. Marx nunca definiu o que ele entendia por burguesia. Na sua obra ele considera BURGUES o inimigo do PROLETÁRIO. Mas de onde ele copiou os conceitos disso? Não há como não ser o da velha Roma!!!. Proletário vem de prole (filhos)… Proletários eram as famílias miseráveis, vividas nas periferias (lado externo dos castelos) que tinham muitos filhos e que para os imperadores (monarquia) nada mais eram que fábricas de soldados pra guerra. Ir pra guerra e trazer os botins, se voltasse, era a oportunidade de sair da miséria. Como hoje acontece com diferentes esportes.
Burguês tem seu significado vindo do inicio da Idade Média. Adotada para o latim com origem no germânico. Evoluiu tendo seus significados por analogia e extensão. E, na evolução:
– 2 por analogia: construção de castelo, casa nobre ou mosteiro fortificado com essa mesma função;
– 3 por extensão, aldeia, povoação ou vila formada a partir de um desses núcleos.
Os burgos surgiram na Baixa Idade Média, na época da decadência feudal e crescimento comercial e urbano. Tais moradores dos burgos prosperaram. Passaram à credores dos senhores feudais nas regras econômicas que não existiam, mas funcionava às suas maneiras. Como Marx achou um BURGUES URBANO, já que a seu tempo Tréveris, onde nasceu, era metrópole do reino da Prússia?
Como Marx conseguiu eleger os burgueses como dominadores do capital, é difícil de entender! Não nomeou os monarcas e nem os nobres cortesãos (marquês, duque, conde, visconde…) que loteavam as riquezas de qualquer reino. E isso existia no seu período de vida – Karl Marx de 1818 a 1883. Os senhores feudais se perpetuaram como monarcas. Os ditos burgueses multiplicaram e distribuíram as riquezas. Portanto, como Marx concebeu o burguês, é difícil de entender. Talvez para fugir da definição de socialismo. Entretanto admite um governo centralizado no Estado, mas não nos melhores (como os aristocratas) e sim num dito Partido. Torna o entendimento do que era aristocrático em oligárquico.
E sobre Partido há um grande imbróglio. Ora, os iluministas batizaram de PARTIDO as ideias divergentes. Se um conceito tinha diferentes interpretações em um estamento social (sociedade), as diferentes interpretações gerava afinidades. Assim, tal sociedade ficara PARTIDA, REPARTIDA, EM GRUPOS DE IDEIAS. Os grupos então receberam o nome de PARTIDO. Ora se há apenas um PARTIDO é por que há apenas interpretação única. Não há como particionar afinidades de conceitos e interpretações. Conclui-se que não há PARTIDO ÚNICO. Tal conceito é falaz.
Não há como entender o modelo marxista a não ser que seja: um Estado com governo de um estamento social (oligárquico), vinculado ao um partido único (que não existe), isto é, sem oposição, portanto tal qual um Estado monárquico, onde os governados tenham comportamentos comuns e apenas um estamento social: o proletário. Qualquer grupo social fora do estamento comum – dai, COMUNISTA – é inimigo do ESTADO.
Assim o que ele ELEGEU, de inimigo próximo, foi a classe média – a BURGUESIA. Nunca disse que o capital dos monarcas, dos empresários, dos cortesãos, dos palacianos era inimigo e nem que eles eram os capitalistas. Marx também não definiu bem o que seja capitalismo. Seus devotos e glorificadores interpretaram que capitalismo é uma doutrina econômica perversa que acumula o capital, em fim o dinheiro, a riqueza, nas mãos de poucos.
Ora, e os administradores do Estado oligárquico o que são? Os dicionários, induzidos a serem interpretes modernos da língua, registram que “MARXISMO” é um sistema econômico fundamentado no estado (comunista ou socialista). Não é. É puramente administrativo (que os apressados chamam de politico, pra serem intelectuais). A economia é gerenciada tal qual o capitalismo. O marxismo fica apenas para gerenciar o povo em um único estamento social como dito acima. É o hoje dito MARXISMO SOCIAL de Gramsci. Hoje os exemplos mais contundentes são visto: na Rússia, na China e em Cuba.
Portanto, o sistema marxista é mais cruel que qualquer administração monárquica. Ela gerencia a vida da população, como na monarquia. O partido gerencia a economia como o monarca, sem deixar de aplicar os conceitos capitalistas de economia. Marxista na administração do povo e Capitalista no trato da economia.
(Cel Eng Higino Veiga Macedo)
Por Hiram Reis e Silva (*), Bagé, 04.08.2022 – um Canoeiro eternamente em busca da Terceira Margem.
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
- Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
- Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
- Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
- Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
- Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
- Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
- Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
- Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
- Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
- Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
- Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
- Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
- Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
- E-mail: [email protected].
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