Organizado em 6 sessões temáticas, o Seminário de Iniciação Científica do Museu Goeldi apresenta 85 pesquisas do Programa, que completa 30 anos, período no qual estimulou cerca de 2 mil jovens a investigar a Amazônia com estudos nas ciências humanas, ciências naturais, tecnológicos e multidisciplinares.
Agência Museu Goeldi – Evento anual, o seminário do Programa de Iniciação Científica (PIBIC) do Museu Paraense Emílio Goeldi retorna este ano ao modo presencial e ocorrerá entre os dias 22 e 26 de agosto, no Auditório do Campus de Pesquisa do Museu Goeldi. O evento celebra trinta anos de existência reunindo gerações de pesquisadores formados pela instituição e apresenta em paralelo uma exposição da sua história através dos Livros de Resumos.
No XXX Seminário serão apresentados, através de exposições orais ou painéis, 85 estudos distribuídos em 6 sessões temáticas, como Socioculturalidade dos Povos, Política Científica e Popularização da Ciência; Memórias, Acervos e Percepções Científicas; Usos e Processos Ecológicos da Biodiversidade; Morfologia, Taxonomia e Anatomia da Diversidade Biológica Amazônica; Registros e Inventários da Sociodiversidade Amazônica e, no último dia, Produtos, Processos e Prospecção Tecnológica com Insumos da Biodiversidade. Acesse aqui a programação completa do Seminário.
O comitê externo responsável pela avaliação individual dos trabalhos é composto pelos seguintes pesquisadores: Ruth Helena Almeida (Universidade Federal Rural da Amazônia); Tallyta Suenny Araújo da Silva (Universidade Federal do Pará/CNPq); João Márcio Palheta (Universidade Federal do Pará); Anderson Bentes de Lima (Universidade do Estado do Pará); Priscila Sanjuan de Medeiros Sarmento (Instituto Tecnológico Vale); Fernanda Ilkiu-Borges de Souza (Embrapa Amazônia Oriental); Luiz Antônio Wanderley Peixoto (Universidade Federal do Pará/NEAP) e Adriano Oliveira Maciel (Museu Goeldi).
A pesquisadora Regina Oliveira, que preside o Comitê do PIBIC/ MPEG, resume a importância do evento e do programa para a sociedade. “O seminário PIBIC culmina um ano inteiro de pesquisas, é um momento de congregação acadêmica, de apresentação dos resultados das pesquisas realizadas, quando o Museu Goeldi responde à sociedade como a ciência está acontecendo na região. Celebrar 30 anos de formação de iniciação científica é uma grande ação com a sociedade amazônica, um cumprimento de missões para além de gerar conhecimento, mas também de dar esse impulso na vida acadêmica dos graduandos”, pontua Oliveira.
Regina também destaca, no enfrentamento da pandemia de COVID-19, os desafios vencidos pelo PIBIC/MPEG, que se caracteriza por propiciar trabalhos de campo, nas coleções e laboratórios, o que ficou prejudicado nesse período: “para mantermos a continuidade do programa, conseguimos gerar novos meios para que a pesquisa se mantivesse. Um exemplo é a adoção de trabalhos teóricos, ou seja, o aluno não pode ir a campo ou frequentar o laboratório, então trabalhar na teoria foi uma forma que o comitê encontrou para que os bolsistas continuassem seus trabalhos com segurança junto aos orientadores utilizando a educação a distância”, completa a pesquisadora.
PIBIC influi na vida dos bolsistas – A ex-bolsista do PIBIC, pesquisadora e curadora da coleção audiovisual de línguas indígenas do Museu Goeldi, a linguista Ana Vilacy Galucio, conta o que o programa agregou em sua vida profissional: “Minha participação nesse programa foi fundamental na minha carreira como cientista. No Museu Goeldi, meu primeiro trabalho foi uma comparação entre quatro línguas da família Tupari, e esse trabalho me deu a oportunidade de conhecer a metodologia científica, conhecer formas de trabalhar e fazer pesquisas. Eu fui a campo com esse projeto e tive a oportunidade de entender os desafios de fazer pesquisa na Amazônia. Então participar do programa foi essencial na decisão de seguir a carreira acadêmica”, explica Vilacy.
Ana Vilacy também ressalta que o projeto trouxe uma maior percepção para as pessoas quanto à presença da ciência no cotidiano. “A ciência faz parte da nossa vida, ela está presente no nosso dia a dia através dos nossos alimentos, nossas roupas, a tecnologia que nós usamos, nos tratamentos de saúde. Então mesmo que nem sempre percebam, a relação das pessoas com a ciência se dá diariamente e acredito que programas como o PIBIC permitem esse aprofundamento, porque o aluno participante vai levar as temáticas para dentro de casa e para o convívio social”, completa a pesquisadora das Ciências Humanas do Museu Goeldi.
Para o historiador e professor da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Benedito Carlos Costa Barbosa, sua experiência como bolsista PIBIC no Museu Goeldi “proporcionou muito conhecimento, que desenvolveu posteriormente no mestrado e doutorado, especialmente sobre a documentação do Arquivo Público do Estado do Pará, sem falar da interação que as apresentações do seminário PIBIC gera”.
Docente da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e ex-bolsista PIBIC no Museu Goeldi, Ruth Helena Almeida avalia que “a perspectiva de fazer ciência, principalmente da Amazônia, trabalhar de forma interdisciplinar, a prática do trabalho em grupo e também a realização de trabalho de campo respeitando as comunidades” são ensinamentos essenciais que obteve quando foi bolsista.
PIBIC – Contribuir para a formação e qualificação profissional de pesquisadores é um dos objetivos do Museu Goeldi. O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) direcionado para estudantes universitários foi criado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e as instituições científicas e de ensino superior inscrevem projetos para concorrer as bolsas. No Museu Goeldi, o programa já treinou cerca de 2.000 bolsistas nas diferentes linhas de pesquisa da instituição e que são desenvolvidas por meio de suas coordenações de Ciências da Terra e Ecologia, Zoologia, Botânica, Ciências Humanas, Comunicação e Museologia.
Os graduandos são orientados por pesquisadores do MPEG, que os engajam em grupos de pesquisa, estimulam a aprimorar e buscar melhores técnicas de estudos científicos em sua área, além de treiná-los para que possam apresentar seus conhecimentos, objetivando gerar mais oportunidades em futuras atividades profissionais.
O PIBIC MPEG já teve bolsista premiado nacionalmente na área de Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes, com o trabalho intitulado “Dicionário Multimídia Sakurabiat- Português” no 18º Prêmio Nacional Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica do estudante Douglas da Costa Rodrigues Júnior (MPEG-UFPA). Ex-bolsista PIBIC, Vitor Hugo Freitas Gomes, recebeu o Prêmio CAPES de Tese em 2019 na Área de Ciências Ambientais da Coordenação de Aperfeiçoamento de Ensino Superior/CAPES, comprovando que o início de seu treinamento acadêmico lhe levou ao caminho da boa ciência.
A comissão do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/MPEG é composta por Maria Cândida Barros (Ciências Humanas); Rogério Rosa da Silva (Ciências da Terra e Ecologia); Maria Inês Feijó Ramos (Ciências da Terra e Ecologia); Mário Augusto G. Jardim (Botânica); Leandro Valle Ferreira (Botânica) e José de Sousa e Silva Júnior (Zoologia), incluindo a presidente do comitê Regina Oliveira da Silva (Ciências Humanas) e o vice Alberto Akama (Zoologia).
Reportagem: Kauanny Cohen – Edição: Joice Santos
PUBLICADO POR: MUSEU GOELDI
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