“Amji kin” é uma expressão que a etnia Krahô utiliza para se referir à felicidade. As celebrações dos Amji kins envolvem cantos, danças, brincadeiras, troca de alimentos, corrida de tora e rituais de “passagem”, seja de idade ou final de luto. Ao longo do ano, ocorrem várias festas e rituais para celebrar a colheita, o crescimento das crianças, os antepassados.
Como parte da tradição dos indígenas do Tocantins, as festas ritualísticas são mantidas como forte expressão cultural. Alguns exemplos são o Padi (Festa do Tamanduá Bandeira) da etnia Xerente e a Festa do Mel da etnia Karajá. Já os ritos de passagem da infância para a vida adulta estão entre os mais preservados da etnia Krahô. É o caso do ritual Pemp’kahàc, cuja celebração dura três dias. Nesse período as crianças permaneceram isoladas aprendendo os rituais. No final da celebração elas são emplumadas e enfeitadas para se apresentarem à aldeia.
Nas comunidades da etnia Iny, uma das festividades mais importantes é o Hetohoky (Casa Grande), que consiste em uma grande festa de batizado para garotos em torno de 12 anos e suas famílias. Oficialmente, a celebração dura dois dias, mas começa bem antes, com a construção da Casa Grande e da casa dos Aruanãs. Parte dos homens da aldeia passam dias preparando suas pinturas corporais e seus adornos – saias, cocares, colares e brincos. Os garotos são conduzidos para o interior da Casa Grande onde recebem orientações sobre o modo de vida Iny, sendo adornados para receber as famílias convidadas.
Os homens adultos percorrem a aldeia e fazem evoluções no momento da recepção dos convidados de outras comunidades. Ocorrem lutas tradicionais (Ijesú) e a disputa para derrubar a “grande tora” fincada no meio do pátio da aldeia onde é realizada a festa. Ao amanhecer do domingo, as famílias dos Diré (meninos que estão sendo iniciados) se reúnem no pátio para acompanhar mais brincadeiras e receber os Aruanãs, que percorrem a aldeia entre cantos e danças. Em seguida, toda a família segue para a Casa Grande.
No Tocantins, os indígenas também costumam se despedir de seus mortos de maneira singular. A cerimônia do Pàrkapê (Tora Grande) marca a finalização do luto entre a etnia Apinajé. É um momento em que toda a aldeia está reunida, sendo que os Mkarõ (espíritos ancestrais) se fazem presentes durante toda a cerimônia, seja nas corridas de toras – que neste contexto podem representar pessoas falecidas -, seja nas noites de cantigas no pátio ou na última noite da cerimônia, quando os indígenas cantam a cantiga do Pàrkapê.
Assessoria de Comunicação / FUNAI
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