MANAUS – A Fundação Nacional do Índio (Funai) declarou como “inverídicas” as informações da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) sobre a autorização de entrada do indigenista desaparecido, Bruno Pereira em Terra Indígena do Vale do Javari.

Trecho onde indigenista e jornalista desapareceram fica fora da Terra Indígena Vale do Javari. (Arte: Thiago Alencar) – fonte. AGÊNCIA CENARIUM – Copyright © AGÊNCIA CENARIUM

O órgão explicou que a licença de Bruno expirou no dia 31 de maio, cinco dias antes do sumiço do servidor licenciado da Fundação e do jornalista inglês, Dom Phillips, em região próximo à reserva.

A Funai reiterou que não foi informada sobre a autorização dada ao indigenista e que o caso está sendo apurado internamente. “Quanto a Dom Phillips, não há sequer menção ao nome dele na solicitação de ingresso citada pela Univaja”, relatam em trecho da nota divulgada no começo da noite desta sexta-feira, 10.

Dom Phillips e Bruno desapareceram no domingo, 5, nas proximidades da comunidade de São Rafael, localizada fora do território indígena. Bruno havia agendado uma reunião com um comunitário apelidado de “Churrasco”, para discutir sobre a vigilância do território.

Apesar disso, a Funai afirma que mesmo fora dos limites indígenas, as medidas sanitárias precisam ser adotadas e o órgão precisa ser informado “tendo em vista que os dois estiveram com indígenas durante a expedição, os quais podem ter interagido com indígenas de recente contato, dada a proximidade e influência dos limites da TI”.

Segundo o órgão, eles irão entrar em contato com o Ministério Público Federal (MPF) com pedido de apuração de responsabilidade da Univaja quanto a aproximação da expedição que Bruno e Dom faziam em torno da TI, a falta de comunicação para a instituição e também sobre as medidas sanitárias contra a Covid-19, como a realização de exame PCR e 14 dias de quarentena.

De acordo com eles, em fevereiro, a Univaja entrou em contato com a Funai sobre surto de Covid-19 na região do Vale do Javari, que alcançou 70% dos indígenas da etnia Korubo e que mesmo com cidades e estados com estrições mais brandas contra o vírus, no caso de indígenas isolados e de recente contato a emergência sanitária continua ativa.

A CENARIUM questionou os representantes da Univaja sobre as acusações da Funai, mas a União apenas disse estar ocupada com a busca pelos desaparecidos, com o compartilhamento de informações e que irão se “pronunciar no momento oportuno”.

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