Mostra permanente tem entrada franca e está localizada no novo edifício-sede do MPF em Belém
O Ministério Público Federal (MPF) e a Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) lançaram exposição de fotos de integrantes dos povos e comunidades atendidas por essas instituições no Pará.
A mostra tem entrada franca e está aberta ao público de forma permanente no novo edifício-sede do MPF em Belém, na rua Domingos Marreiros, 690, bairro do Umarizal.
Organizada com a participação de representações dos povos e das comunidades retratadas, a exposição destaca a diversidade cultural desses grupos, que em comum também têm a perseverança na luta por seus direitos.
Os trabalhos expostos são das fotógrafas e fotógrafos Nay Jinknss, Larissa Saud, Edivan Guajajara, Benjamin Mast, Antônio Silva e Sidney Oliveira.
Importância da iniciativa – De acordo com a coordenadora executiva da Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa), Puyr Tembé, o lançamento da mostra é um indicativo do empoderamento que os povos e comunidades estão alcançando.
Ela ressalta que a presença de fotografias feitas por fotógrafo indígena – Edivan Guajajara, um dos criadores do coletivo Mídia Índia – é uma prova de que a luta por direitos está resultando na ocupação de mais espaços também “na luta pelas telas e pelas lentes”.
Para a integrante do Conselho Ribeirinho Josefa de Oliveira, a exposição permite que as pessoas conheçam o cotidiano de famílias do rio Xingu que tiveram direitos violados pela construção da hidrelétrica de Belo Monte, em especial por causa dos danos à pesca.
O coordenador administrativo da Coordenação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombo do Pará (Malungu), Aurélio Borges, também aponta a exposição como forma de defesa dos direitos e da cultura dos grupos retratados.
Segundo uma das lideranças dos indígenas venezuelanos Warao refugiados e migrantes no Pará, Gardenia Cooper Queiroz, exposições semelhantes deveriam ser lançadas em todo o país, em especial em órgãos que trabalham na defesa de direitos humanos.
As fotos mostram que os indígenas brasileiros e venezuelanos “são irmãos”, são de uma mesma família e têm orgulho de quem são e da história que têm, frisa outra liderança dos Warao, Abílio Cardona.
Escola de lideranças indígenas – Um grupo Warao fez visita à exposição como parte das atividades da Escola de Lideranças Indígenas Warao, um projeto do Acnur em parceria com o Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) e as Defensorias Públicas da União (DPU) e do Estado do Pará (DPE/PA).
A iniciativa também conta com a participação de lideranças do movimento indígena brasileiro, tendo como finalidade fortalecer um diálogo intercultural e a aproximação entre os povos indígenas do Brasil e da Venezuela.
No ano passado, os temas abordados no curso foram o sistema internacional de proteção aos refugiados, assim como os direitos dos povos indígenas. No segundo módulo da Escola de Lideranças, iniciado este mês, os 25 alunos Warao têm aprimorado seus conhecimentos a respeito do acesso à justiça, à terra e à moradia.
Sobre o acesso à terra e à moradia, no final de 2021 o Acnur, a DPU e a DPE/PA lançaram uma cartilha sobre o tema. Voltada a pessoas refugiadas e migrantes no Brasil, a publicação é utilizada como material didático na Escola de Lideranças e está disponível na internet em português e em espanhol.
Além das aulas presenciais, que são ministradas no Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa), a grade curricular do curso conta com atividades externas e práticas em suas respectivas comunidades ou em outras instituições, como o MPF.
Ministério Público Federal no Pará – MPF
Assessoria de Comunicação
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