Nas últimas semanas do mês de abril, serão ofertadas no Parque Zoobotânico trilhas de educação ambiental e oficina rápida de observação da natureza e produção de imagens,
Nas últimas semanas do mês de abril, serão ofertadas no Parque Zoobotânico trilhas de educação ambiental e oficina rápida de observação da natureza e produção de imagens, destacando as cosmovisões indígenas e o conhecimento científico sobre plantas amazônicas. Já a programação virtual no canal do Museu Goeldi no YouTube tem debates sobre a importância das terras indígenas e do protagonismo das mulheres indígenas no Brasil, além de vídeos com pesquisadores indígenas.
Agência Museu Goeldi – O mês de abril chegou e com ele um assunto de grande relevância para a sociedade brasileira e o Museu Goeldi: os povos indígenas. A programação é híbrida, com atividades tanto virtuais quanto presenciais, que acontecem entre os dias 19 e 29 de abril. É tudo gratuito, mas os participantes das atividades presenciais no Parque Zoobotânico não podem esquecer que a visitação no Museu Goeldi requer agendamento prévio.
Virtual – A programação virtual no canal do Museu Goeldi no YouTube inicia em 19 de abril, considerado o Dia do Índio, com a Mesa Redonda “A Importância das Terras Indígenas”, que será transmitida às 10h da manhã. A mesa é integrada por pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Sociocultural do Museu Goeldi: Fabrício Gatagon Suruí, Márcio Meira, Ana Vilacy Galucio e Helena Lima, com mediação de Hein van der Voort.
Já na semana seguinte, em 26 de abril, é a vez da Mesa Redonda “Protagonismo das Mulheres Indígenas”, com participação das pesquisadoras Putira Sacuena (UFPA e SESPA) – povo Baré, Bruna Vaz (UFPA) – povo Borari, Veraneize Lopes (MPEG, CEIND e SEDUC) – povo Arapium. A mediação é de Ana Manoela Primo – povo Karipuna.
De 25 a 29 de abril, o público terá a oportunidade de conhecer o trabalho de pesquisadores indígenas da pós-graduação do Museu Goeldi.
Presencial – A programação presencial no Parque Zoobotânico tem como destaque a Trilha “Sentidos da Floresta”, nos dias 19 e 21, quando serão ofertados dois horários para turmas de 5 pessoas cada: de 9h às 10h e de 10h30 às 11h30. Os educadores do Museu Goeldi conduzirão o público por uma atividade de educação ambiental abordando 6 vegetais de importância científica e cosmológica para povos indígenas da Amazônia. Essas plantas são a Samaúma (Ceiba pentandra), a Aninga (Montrichardia linifera), o Bálsamo de Tolu (Myroxylon balsamum), o Cipó Alho (Mansoa alliacea), o Pau Mulato (Calycophyllum spruceanum) e a Negramina (Siparuna guianensis).
A reunião de saberes e sentidos sobre essas espécies é fruto do trabalho do Projeto Floresta Sensível, da Coordenação e Ciências Humanas do Museu Goeldi, que promove o contato com as dimensões apreensíveis de plantas da Amazônia, mas também com seus aspectos intangíveis e sensíveis, como cheiros, cores e memórias, dissolvendo as hierarquias entre conhecimentos científicos e tradicionais.
No dia 28 de abril, no horário das 9h30 às 11h30, o projeto A Floreta Sensível e o Laboratório de Comunicação Multimídia (Labcom/SECOS) do Museu Goeldi convida os visitantes para a Oficina rápida “Percepções da Floresta Sensível”. A oficina propõem um caminho de aprendizado que combina exercícios com a câmara escura para acessar conhecimentos científicos, poéticos e cosmológicos sobre um símbolo forte da flora amazônica e da paisagem do Parque do Museu Goeldi – a árvore Samaúma. Ao final do caminho, os participantes apresentam seu processo com fotos ou vídeos feitos no celular, cujo material pode ou não ter adição de textos, os monitores do Labcom Multimídia estarão disponíveis para auxiliar no processo.
Saiba sobre a história incrível da Samaúma clicando aqui.
A mais antiga Samaúma do Parque do Goeldi foi plantada em 1896 pelo naturalista Jacques Huber, que observou, estudou e fotografou todos os processos do ciclo de vida da planta. E a muda dela foi trazida por Huber da Guiana brasileira (hoje Amapá) para ser introduzida no Parque Zoobotânico da instituição junto com outras 218 espécies para formar a coleção viva do Museu Goeldi. Originária das áreas de várzeas, a Samaumeira é uma gigante de longas raízes, considerada a “mãe da floresta” entre as árvores altas para diversos povos originários e tradicionais, podendo também ser compreendida como um portal para o outro mundo.
Para a Oficina rápida “Percepções da Floresta Sensível será oferecida uma turma com 9 vagas, dando preferência, mas não exclusividade, para educadores. As inscrições estão abertas até 19/04 pelo inbox do Instagram do Museu Goeldi ou pelo e-mail [email protected] .
Ressalta-se que os participantes das duas atividades presenciais precisam agendar sua visita ao Parque Zoobotânico do Museu Goeldi. Saiba como clicando aqui.
Abril no Museu Goeldi – É um dos momentos para tornar mais visíveis os acervos e conhecimentos que tornaram a instituição referência na sociodiversidade dos povos indígenas amazônicos. Neste mês, além de realizar debates sobre temáticas indígenas, desenvolver práticas museais compartilhadas e valorizar os direitos e cosmovisões indígenas como fundamentais para a compreensão do patrimônio cultural e natural da Amazônia, sinalizamos para conteúdos já disponíveis sobre uma variedade de assuntos relacionados as temáticas indígenas. Em breve, compartilharemos no Portal do MPEG uma página com links para estudos diversos.
O mês dos povos indígenas surge como referência ao dia 19 de abril, quando se comemora o Dia dos Povos Indígenas no Brasil. A data tem origem em uma mobilização histórica de povos indígenas de vários países, no dia 19 de abril de 1940, durante o Congresso Indigenista Interamericano, realizado em Patzcuaro, México.
Atualmente, o mês de abril e o dia 19 também concentram mobilizações de povos e associações indígenas na defesa de seus direitos. Um grande exemplo é o Acampamento Terra Livre (ATL), realizado desde 2004 e que esse ano reúne mais de 7 mil participantes de mais de 200 povos do Brasil, mobilizados por pautas como a derrubada do Projeto de Lei 191/2020, que abre as terras indígenas para exploração mineral predatória.
Texto: Uriel Pinho – Edição: Joice Santos
Veja a programação no site: Mês dos Povos Indígenas tem programação presencial e virtual no Museu Goeldi — Português (Brasil) (www.gov.br)
PUBLICADO POR: MUSEU GOELDI
Deixe um comentário