Depois de dez dias reunidos em Brasília, os indígenas que participaram do Acampamento Terra Livre já começaram a desmontar acampamento para retornar às suas terras. Na manhã desta quinta-feira, foi realizada a cerimônia de encerramento do evento – que, segundo os organizadores, reuniu mais de sete mil indígenas de 150 etnias na capital do país.
Durante o encontro os representantes dos povos originários debateram e compartilharam impressões sobre assuntos da política nacional que refletem na realidade de suas aldeias. Neste ano, os indígenas manifestaram preocupação com o avanço do garimpo ilegal, principalmente na região amazônica – que vem deixando um rastro de destruição florestal, além da poluição dos rios com detritos e metais pesados.
Outro tema que foi bastante discutido no Acampamento Terra Livre deste ano é a tese do Marco Temporal da Terra Indígena, que está em discussão no Supremo Tribunal Federal. Essa tese estabelece que os índios só têm direito às terras que já ocupavam antes de 1988, quando foi promulgada a Constituição Federal. Os povos reunidos em Brasília fizeram manifestações e protestos para que o Supremo derrube o Marco Temporal.
Durante a cerimônia de encerramento do Acampamento Terra Livre, a integrante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Sonia Guajajara, ressaltou que os territórios indígenas precisam ser protegidos, porque são a última fronteira contra a devastação ambiental causada pelo avanço do agronegócio.
Outro tema bastante presente nas discussões deste ano é a representatividade dos povos indígenas na política nacional. Os participantes do Acampamento debateram estratégias para eleger nativos dos povos originários em cargos eletivos nas esferas municipais, estaduais e federal. Dessa forma, os indígenas esperam poder participar mais das decisões políticas que afetam a realidade de suas populações.
Publicado em 14/04/2022 – 22:00 Por Daniel Ito – Repórter da Rádio Nacional – Brasília – Edição: Raquel Mariano / Beatriz Arcoverde – RADIOAGÊNCIA NACIONAL
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