EPOPEIA ACREANA
Epitaciolândia, Acre
O nome Epitaciolândia é uma homenagem ao Ex-Presidente da República Epitácio Pessoa. Aos poucos a comunidade foi se desenvolvendo formando um pequeno vilarejo, onde foram instalados comércios, igrejas, escolas, etc. O que lhe deu estrutura para passar a categoria de vila recebendo o nome de vila Epitácio Pessoa, isto por volta de 1958. Seu desenvolvimento sócio-político-econômico se deu ao longo de vários anos, com a criação de escolas e instituições como: Subdelegacia, Subprefeitura, instalação da 4ª Companhia Especial de Fronteira, fundação do Campo de Aviação, Posto de Fiscalização na Fronteira, expansão do comércio e organização política, etc. Sua emancipação política se deu através de plebiscito entre os moradores.
Formação Administrativa
Elevado novamente à categoria de município com a denominação de Epitaciolândia, pela Lei Estadual n° 1.026, de 28.04.1992. Alterado em seus limites, pela Lei Estadual n° 1.061, de 09.12.1992, desmembrado de Brasiléia e Xapuri. Sede no atual distrito de Epitaciolândia (ex-localidade). Constituído do Distrito sede. Instalado em 01.01.1993.
Em divisão territorial datada de 2003, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
Gentílico: epitaciolandense (Prefeitura Municipal)
Brasileia, Acre
Brasília, como era chamada Brasiléia, foi fundada nas terras dos índios Catianas e Maitenecas, no Seringal Carmem, quando o Acre já era Território do Brasil. Foi criada por homens da classe dominante da sociedade acreana da época, seringalistas e autoridades constituídas, que habitavam no Alto Acre, vinculados à exportação de borracha para Belém e Manaus.
No Seringal Carmem foi escolhida uma área para instalação da Paiva, que já havia sido expulso das terras do Seringal Nazaré. Eram os primeiros passos da fundação de Brasília, que contou com a participação de brasileiros como João Cordeiro Barbosa, José Antônio de Almeida, Olegário de Araújo França, Augusto de Melo Azevedo, Dr. Luiz Barreto Correa de Menezes, da justiça do 3° Termo Judiciário da Comarca de Xapuri e do Juiz Fulgêncio de Ronaldo Melo, Raimundo Furtado, Fulgêncio Cruz, José Bernardo e outros.
Brasília foi assentada à margem esquerda do Rio Acre, de frente à cidade boliviana de Cobija, onde moravam a maioria dos brasileiros que a fundaram no dia 03.07.1910, data em que braços de seringueiros, sob as ordens dos doutores e seringalistas, derrubaram as primeiras árvores no local em que hoje está situada a cidade de Brasileia.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Brasília, pela Resolução n° 22, de 09.05.1911, subordinado ao município de Alto Acre.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o distrito de Brasília, figura no município de Alto Acre.
O Decreto-Lei Federal n° 9.831, de 23.10.1912, transfere o distrito Brasília do município de Alto Acre para o novo município de Xapuri. Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o distrito de Brasília figura no município de Xapuri. Assim permanecendo em divisões territoriais datadas 31.12.1936 e 31.12.1937.
Elevado à categoria de município com a denominação de Brasília, pelo Decreto-Lei Federal n° 968, de 21.12.1938, desmembrado dos municípios de Xapuri e Sena Madureira. Sede na Vila de Brasília. Constituído do distrito sede. Instalado em 01.01.1939. Em divisão territorial datada de 01.07.1960, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
Gentílico: brasileense (www.brasileia.ac.cnm.org.br)
G1 (Grupo Globo), 03.07.2015
Nascida da “Indignação” de Acreanos, Brasileia
faz 105 Anos Nesta Sexta
[…] O município acreano de Brasileia, distante 232 km da capital Rio Branco, completa 105 anos de fundação nesta sexta-feira [03.07.2015].
Segundo o historiador Marcus Vinícius das Neves, a cidade nasceu de uma “indignação” de acreanos e teve uma relação direta com a Revolução Acreana. Para comemorar a data, a prefeitura organizou uma festa voltada à população. De acordo com Neves, Brasileia é um dos municípios acreanos que tem a história mais original de todas.
Segundo ele, foi lá que ocorreu o combate do Igarapé Bahia, que acabou definindo a fronteira entre o Brasil e a Bolívia.
Vinícius diz ainda que foi após esse combate, que o então presidente boliviano, José M. Pando, percebeu a necessidade de fundar uma cidade naquele lugar, assim surgiu a cidade de Cobija, em 1906. Conta:
Em seguida, aconteceu algo inusitado. Um juiz de paz ia até o local de tempos em tempos para realizar casamentos e ficava hospedado nos seringais. Mas, ele brigou com o seringalista e acabou sem ter onde ficar.
Foi quando em 1910 os próprios habitantes da região, indignados, compraram uma área de terra e espontaneamente fundaram um povoado, que se chamou Brasília, e mais tarde viraria a cidade de Brasileia.
Ainda segundo o historiador, embora muitas pessoas acreditem que a mudança de nome tenha ocorrido por causa da Capital Federal, fundada em 1960, a mudança, ocorrida em 1943, ocorreu por causa de uma outra cidade chamada Brasília. Explica Neves:
O município teve que mudar de nome, porque já tinha um outro com esse mesmo nome e na época isso não podia. Quando a mudança ocorreu, Juscelino Kubitschek provavelmente nem pensava ainda em construir a atual Brasília.
Impedidos de “viver” em Brasília, os habitantes, então, pensaram em um novo nome. Optaram por manter o Brasil, porém resolveram unir a palavra a outra, “hileia”, que significa floresta, e é também uma das denominações da Amazônia. O historiador ressalta também que Brasileia é o berço do Santo Daime:
foi lá que o seringueiro Raimundo Irineu Serra, fundador da doutrina, experimentou o chá ayahuasca, bebida produzida a partir da junção do cipó-mariri e da folha chacrona, pela primeira vez e acabou transformando em uma doutrina religiosa e depois trouxe para Rio Branco.
Neves conta ainda que como a cidade foi construída em um local baixo e às margens do Rio, sempre sofreu com as alagações ao longo de sua história, mas nunca nas proporções das duas últimas, de 2012 e 2015. Afirma:
Se as alagações continuarem como essa última, talvez seja preciso rever a questão da localização da cidade e quem sabe seja preciso mudar a cidade de lugar. Mas, é importante ressaltar que é muito difícil que isso seja possível. (Iryá Rodrigues Do G1 AC)
Por Hiram Reis e Silva (*), Bagé, 23.03.2022 – um Canoeiro eternamente em busca da Terceira Margem.
Bibliografia
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
- Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
- Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA);
- Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
- Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
- Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
- Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
- Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
- Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
- Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
- Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
- Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
- Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
- Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
- E-mail: [email protected].
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