O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) apresentou o “1° Alerta de Cheias do Amazonas de 2022”. O objetivo do evento é apresentar informações hidroclimatológicas, de forma antecipada, para que os órgãos competentes tenham a oportunidade de tomar medidas de contenção de danos à população, em possíveis ocorrências de cheias extremas. O evento aconteceu na manhã desta quinta-feira (31), com transmissão via Youtube, no canal da TV CPRM.
A diretora de Hidrologia e Gestão Territorial (DHT) do SGB-CPRM, Dra. Alice Castilho, fez as boas-vindas, agradecendo a parceria dos órgãos competentes do Amazonas, bem como a audiência de todos os participantes. A diretora ressaltou que o Sistema de Alerta do Amazonas é o mais antigo entre os sistemas operados pelo SGB-CPRM. “ Há 30 anos atuamos no sistema, graças à possibilidade de operarmos a Rede Hidrometeorológica Nacional, por meio de parceria com a Agência Nacional das Águas e Saneamento Básico (ANA) ”. Atualmente, o SGB-CPRM opera 17 Sistemas de Alerta Hidrológico no Brasil.
Castilho explicou que o alerta prevê a cota máxima para os rios que banham os municípios de Manaus, Itacoatiara e Manacapuru. “Esse sistema beneficia três municípios, quando são previstas as cotas máximas de atingimento das cheias anuais na Bacia do Rio Amazonas. Emitimos três alertas, com espaços de 30 dias. Isso é uma vantagem para os órgãos competentes, que podem se preparar para o máximo das cheias com bastante antecedência”, reforçou, lembrando que em 2021 foi atingida a cota máxima na capital do estado. Os próximos alertas estão previstos para os dias 29 de abril e 31 de maio.
A especialista recordou o público, ainda, que o fenômeno La Niña – evento climático natural de resfriamento anormal das águas superficiais do oceano Pacífico – atinge o país este ano, contribuindo, além de outros fatores, com a alteração do comportamento das cheias no Amazonas.
A pesquisadora responsável pelo Sistema de Alerta Hidrológico do Amazonas, Luna Gripp, reforçou a proeminência do trabalho desempenhado pelo SGB-CPRM e das outras entidades competentes.“Estamos todos reunidos para difundir conhecimento hidrogeológico com a mesma missão: proteger a população”, lembrou.
Segundo a especialista, todo o sistema de alerta hidrológico é operado com base nas informações da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN) da ANA. Essas informações provêm de estações fluviométricas – referentes aos níveis dos rios – e pluviométricas – relacionadas à quantidade de chuva no local. Gripp fez um paralelo entre bacias pequenas -como as do Mundaú e Taquari-, e a bacia hidrológica do rio Amazonas – maior bacia do mundo – , e explicou como os trabalhos realizados -ainda que possuam a mesma técnica- são operados de formas diferentes, devido ao tamanho e particularidade de cada bacia. “Têm bacias que a ordem de previsão é de seis ou 12 horas de antecedência. Aqui, estamos nos antecipando em 75 dias”, acrescentou.
Por fim, a especialista avaliou o trabalho realizado pelo SGB-CPRM, cujas previsões de possíveis eventos hidrológicos extremos beneficiam cerca de 7 milhões de habitantes. “A população beneficiada acaba sendo maior, pois o SGB “traduz” as informações técnicas à comunidade, além de disponibilizar todo o conteúdo no site e nas redes sociais, portanto, o alcance é maior do que se consegue contabilizar”, concluiu.
Estiveram presentes, também, na transmissão, o meteorologista do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), Ricardo Dallarosa; o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Renato Senna; o coronel da Defesa Civil de Manaus, Fernando Paiva Pires; e o coronel da Defesa Civil Estadual do Amazonas, Adson de Souza.
Eduarda Vasconcelos
Assessoria de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil – CPRM
Ministério de Minas e Energia
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