Um conjunto de quatro novas espécies de insetos foi descoberto na Amazônia. A pesquisa teve participação de um professor ligado ao Centro de Estudos da Biodiversidade da Universidade Federal de Roraima (CBio/UFRR) e foi publicada em forma de artigo científico no Jornal Europeu de Taxionomia.

Pesquisador Rafael Boldrini (de chapéu) durante coleta de espécimes no rio Apiaú – Postada em: UFRR

As espécies descobertas fazem parte do grupo de insetos da ordem Ephemeroptera, que vivem em rios, lagose igarapés. Intitulado “It is a mess! How many species are in Rivudiva trichobasis Lugo-Ortiz & McCafferty, 1998 (Ephemeroptera: Baetidae)?”, o artigo foi escrito por Rafael Boldrini, professor da UFRR, em parceria com os pesquisadores Paulo Vilela Cruz, Cláudia R.T. de Lima e Neusa Hamada.

Os espécimes analisados são provenientes de coletas realizadas em 1964 no Rio Grande do Sul e depositadas na coleção do Instituto de Biodiversidad Neotropical, de Tucumán (Argentina), além de material coletado nos municípios roraimenses Caroebe (2012) e Mucajaí (2021) e nos estados Rondônia (2016) e Amazonas (2011).

“Após observar pequenas variações em algumas espécies, verificamos que foram suficientes para afirmar que se tratavam de espécies diferentes”, relata o pesquisador Rafael Boldrini.

O artigo, que inclui imagens das espécies, pode ser lido clicando neste link. O European Journal of Taxonomy é um periódico internacional focado em taxonomia descritiva e seu conteúdo é de acesso aberto.

Conforme Boldrini, os insetos foram descobertos após a equipe fazer a revisão do grupo de insetos do gênero chamado de Rivudiva (deusa dos rios), nome resultante da combinação das palavras “rivus” (river – rios) e “diva” (goddess – deusa).

Como parte do resultado, foram descritas quatro espécies novas do gênero Rivudiva.

As quatro espécies descritas receberam nome de Rivudiva amazona e Rivudiva naia (espécies descritas para RR), Rivudiva oxum (espécie descrita para RO) e Rivudiva uiara (espécie descrita para o AM).

No mundo existem aproximadamente 3.700 espécies conhecidas da ordem Ephemeroptera. No Brasil são 426 e em Roraima são 90 as espécies reconhecidas.

De acordo com o professor Boldrini, “novas descobertas sempre geram mais atenção para o estado de Roraima e a UFRR. Pessoas do mundo todo passam a ler o artigo e acabam conhecendo um pouco mais sobre o que fazemos no estado”.

Esta não é a primeira vez que o pesquisador descreve espécies. Desde 2013, quando entrou na UFRR, já participou de trabalhos catalogando 27 espécies que não eram conhecidas pela ciência. Dessas, nove foram descritas em Roraima.

Para saber mais sobre outros trabalhos do pesquisador Boldrini, clique aqui.

PUBLICADO POR :    UFRR – UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA