Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, instala equipamentos de mamografia em dois navios da Marinha do Brasil; ação pode beneficiar 2 mil pessoas por ano; no Brasil, câncer de mama representa 30% dos casos da doença, sendo que 40% dos pacientes obtêm o diagnóstico tarde demais.

Foto: Navy Nuclear Development Directo
Navio Carlos Chagas, da Marinha Brasileira, tem agora um equipamento de mamografia instalado pela Aiea.

Mulheres vivendo à beira do Rio Amazonas poderão fazer testes de prevenção e de detecção do câncer de mama com uma iniciativa da Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, em parceria com a Marinha do Brasil.

Foto: Navy Nuclear Development Directo
Aparelho de mamografia dentro do navio brasileiro Carlos Chagas.

A agência da ONU instalou dois novos equipamentos de mamografia em dois navios da Marinha: Soares de Meirelles e Carlos Chagas. A primeira longa jornada começou com o navio Soares de Meirelles, seguindo o curso do rio Amazonas.

Diagnósticos tardios   

A Aiea lembra que o câncer de mama representa quase 30% dos casos no Brasil, mas 40% dos pacientes são diagnosticados apenas quando a doença já está num estágio avançado.

A agência explica que exames de rastreio são eficazes para detectar tumores no início, quando o tratamento pode ser mais eficaz. A primeira fase envolve a mamografia e cada navio tem agora a capacidade de realizar mil exames do tipo por ano.

O diretor-geral da Aiea, Rafael Mariano Grossi, explicou que para combater o câncer, “é absolutamente necessário aumentar o acesso ao rastreio e a outros serviços preventivos de saúde”.

Evitar longas viagens   

Mariano Grossi contou que esta “parceria única torna possível levar a áreas remotas do Brasil exames eficientes de detecção do câncer.” Neste ano, os dois navios da Marinha deverão realizar oito viagens, sendo que cada uma terá a duração de 45 dias.

As embarcações percorrerão o rio Amazonas até as fronteiras com Colômbia, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, para que essas comunidades também possam se beneficiar dos serviços.

A Aiea explica que as mulheres das zonas ribeirinhas do Amazonas geralmente só conseguem ter acesso a mamografias se viajarem até o centro de saúde mais próximo, o que em muitos casos, pode levar vários dias.

Manaus

A agência cita como exemplo as moradoras de Tabatinga, perto da fronteira com Peru e Colômbia, que precisam viajar por 1,6 mil km durante sete dias para poderem realizar exames de prevenção do câncer em Manaus, capital do Amazonas.

Além de instalar os aparelhos de mamografia nos navios, a Aiea forneceu financiamento para que profissionais fossem treinados para operar os equipamentos.

Logo após a instalação, 300 mulheres de 10 cidades foram examinadas nos dois navios em outubro de 2021 e a meta é que várias viagens sejam realizadas ao longo deste ano.

PUBLICADO POR:    ONU – NAÇÕES UNIDAS