O estudo recente – de autoria dos pesquisadores Túlio Mendes, Antonio Charles Oliveira, Marcelo Almeida, Fabrício Caxito e Tiago Novo – publicado no periódico científico Journal of the Geological Survey of Brazil no dia 7 de janeiro deste ano, o Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), em parceria com o Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (IGC-UFMG), analisa a geologia estrutural da porção centro-norte do Escudo das Guianas (Cráton Amazônico), noroeste do estado de Roraima.

Camadas de rochas vulcânicas (A) e sedimentares (B) dobradas no município de Uiramutã, nordeste de Roraima. (Fotos: Antonio Charles Oliveira) – Postada em: SGB CPRM

Abrangendo grande parte do extremo norte do Brasil, esse escudo cristalino se estende, ainda, para os territórios da Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.

A publicação apresenta os dados estruturais das rochas que afloram na área de estudo e, por meio de uma abordagem em multiescala, revela um padrão fractal – formas geométricas que se repetem em várias escalas. Tais dados permitem, também, a identificação do ambiente tectônico no qual essas rochas foram deformadas, contribuindo para a contextualização da região dentro da evolução tectônica do Cráton Amazônico.

Os novos dados revelam um cinturão de dobras e falhas, relacionado à formação de uma cadeia de montanhas, ainda não referido em estudos anteriores. Assim, se discute qual seria o possível evento geológico responsável por essas estruturas, que estão associadas a ocorrências de ouro na região.

Com isso, o artigo visa contribuir para o projeto Geologia e Recursos Minerais do estado de Roraima e as discussões sobre a evolução tectônica regional.

O artigo é o pioneiro nesse tipo de abordagem para a área de estudo, contribuindo para o entendimento estrutural da região. “A área carecia de uma pesquisa estrutural que embasasse a discussão sobre a evolução tectônica da porção centro-norte do Escudo das Guianas”, destaca o pesquisador Túlio Mendes.

“A Terra é um planeta dinâmico, onde nem mesmo as rochas permanecem imóveis e inalteradas ao longo do tempo geológico. Eventualmente, em certos lugares e períodos de tempo, as rochas são submetidas a aumentos de pressão e temperatura relativos à atuação das forças tectônicas da Terra e, portanto, se adequam às novas condições impostas”, concluem os especialistas.

Eduarda Vasconcelos
Assessoria de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil – CPRM
Ministério de Minas e Energia