Os valores serão utilizados para construção de 50 laboratórios modernos, melhoria da infraestrutura da torre ATTO e pagamento de bolsas para pesquisas na floresta

Fotos: Odjair Baena e Wesley Sousa – ASCOM/MCTI

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, astronauta Marcos Pontes, secretários da pasta, parlamentares, embaixadores e diplomatas visitaram nessa sexta-feira (4) a Torre ATTO (sigla para Amazon Tall Tower Observatory) localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Uatumã, no estado do Amazonas, no município de São Sebastião do Uatumã, a 150 km de Manaus.

O ministro anunciou o lançamento da Chamada CNPq/MCTI Nº 01/2022, para apoio a projetos internacionais de P&D utilizando a infraestrutura da torre. A Chamada tem valor global de R$ 927 mil oriundos do MCTI com os objetivos de fomentar até seis projetos internacionais de P&D sobre as interações entre solo, clima e floresta, viabilizar o acesso de pesquisadores brasileiros ao observatório e promover maior cooperação com parceiros internacionais, especialmente com a Alemanha e a Noruega. Cada proposta poderá solicitar até R$ 200 mil em bolsas de pesquisa, inclusive pesquisadores internacionais.

Na visita a Torre ATTO Pontes revelou que serão lançados editais de chamadas com investimentos de R$80 milhões para a construção de 50 laboratórios remotos na Amazônia (SALAS), mais R$8 milhões para infraestrutura da torre ATTO, além de R$1,5 milhão para bolsas de estudo, de pesquisa internacionais na torre.

“Essa foi uma viagem muito interessante. Tivemos a oportunidade de conhecer todo o trabalho que é desenvolvido na torre ATTO pelos nossos pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), unidade de pesquisa do MCTI. Os investimentos na região Amazônica visam proporcionar o desenvolvimento científico e bioeconômico por meio da transformação digital”, declarou.

O Secretário de Empreendedorismo e Inovação do MCTI, Paulo Alvim, falou sobre a importância de valorizar as pesquisas científicas. “Primeiro vamos valorizar essa infraestrutura de pesquisa científica para área ambiental, de sustentabilidade que é estratégica para o país e para o mundo. Temos que ressaltar também a parceira com o governo alemão que desde 2015 vem viabilizando a execução de diversas pesquisas e na gestão do ministro Marcos Pontes fortalece essa parceria com vários investimentos que estão sendo feitos. Investimento do FNDCT via FINEP/MCTI de R$8 milhões”, destacou.

O projeto, coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), unidade de pesquisa vinculada ao MCTI, e o Instituto Max Planck da Alemanha, é equipado com tecnologia de ponta nos estudos atmosféricos e possibilita aos cientistas monitorar e estudar uma área atmosférica de mais de 1.000 km², sendo que a tecnologia utilizada na construção da torre é totalmente nacional. A estrutura científica e tecnológica existente no sítio de pesquisa permite uma análise profunda do ecossistema amazônico e é referência na geração de dados para os modelos climáticos que envolvem a floresta amazônica, produzindo resultados de extrema relevância sobre o papel do ecossistema amazônico com relação às mudanças climáticas globais, sendo hoje um dos principais focos de pesquisa do INPA/MCTI nos seus quase 70 anos de existência, com o Instituto fornecendo conhecimento cientifico multidisciplinar em níveis de excelência visando o melhor entendimento no que se refere a interação com o meio ambiente, os aspectos climáticos e a biodiversidade amazônica.

O embaixador da Alemanha no Brasil, Heiko Thoms, falou da importante parceria com o Brasil. “A relação Brasil e Alemanha tem uma importância enorme, é uma parceria de longo prazo, existe uma parceria do Instituto Max Planck da Alemanha, com instituições brasileiras, essa parceria existe há mais de 50 anos, e essa parceria na Amazônia é especialmente importante. As pesquisas sobre mudanças climáticas são importantes para o mundo”.

O ministro do MCTI destacou também a importância de levar embaixadores e diplomatas para conhecer os projetos do MCTI diretamente na Amazônia. “Muita coisa errada é falada sobre a Amazônia no exterior então é importante termos a visita desses embaixadores para ver a real situação. É muito importante termos também pesquisadores de outros países, além dos brasileiros trabalhando aqui conosco na Amazônia”, afirmou.

Segundo Pontes atitudes como essa contribuem para dar maior transparência das atividades principalmente de preservação e desenvolvimento de desenvolvimento sustentável. “O MCTI tem vários projetos na região que visam a preservação, o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida da população local”, destacou.

O secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, Marcelo Morales, relata a importância da valorização dos projetos de pesquisa para a população da região da Amazônia.  “As pesquisas financiadas pelo MCTI visam o desenvolvimento sustentável da região. Nós temos as pesquisas com as cadeias produtivas da bioeconomia, onde a gente faz a produção sustentável do açaí, cupuaçu, uricuri e várias cadeias produtivas envolvendo as comunidades locais”, citou.

Também fazem parte da comitiva lidera pelo astronauta Marcos Pontes o embaixador da Alemanha no Brasil, Heiko Thoms e a embaixatriz alemã, Anahita Thoms, o embaixador da Suíça no Brasil, Pietro Adolpho Giuseppe Lazzeri, o ministro Pablo Antonio de Angelis, Ministro Conselheiro e Chefe da Chancelaria da Embaixada da Argentina no Brasil.; o embaixador Ignacio Ybáñez Rubio, chefe da Delegação da União Europeia no Brasil; o deputado federal Capitão Alberto Neto, (Republicanos/AM); o deputado Delegado Pablo Oliva Souza (PSL/AM); o ministro Conselheiro e Chefe da Chancelaria da Embaixada da Argentina no Brasil, Pablo Antonio de Angelis, o ministro Luciano Mazza de Andrade, diretor do Departamento de Promoção Tecnológica, representando o Ministro das Relações Exteriores;  a secretária de Articulação e Promoção da Ciência do MCTI, Christiane Corrêa,  o secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, Marcelo Morales; o secretário de Empreendedorismo e Inovação do MCTI; Paulo Alvim e o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos, FINEP/MCTI, Waldemar Barroso.

TORRE ATTO MCTI

A torre ATTO tem 325 metros de altura e está localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS), nos municípios de São Sebastião Uatumã e Itapiranga, a 150 km de Manaus (AM). A unidade é equipada com tecnologia de ponta e possibilita aos cientistas monitorar e estudar uma área atmosférica de mais de 1000 km², e a tecnologia que foi utilizada em sua construção é totalmente nacional. A estrutura da torre permite uma análise de mudanças e modelos climáticos na floresta amazônica, e também realiza o estudo das trocas de massa e energia que ocorrem entre o solo, a copa das árvores e o ar acima delas. A estrutura de investigação científica produz resultados sobre o papel do ecossistema amazônico com relação as mudanças climáticas globais.

PUBLICADO POR:    MCTI