O mês de julho de 2022 será um período para dar voz aos povos da Amazônia. A capital paraense sediará pela terceira vez o X Fórum Social Pan-Amazônico (Fospa), que reunirá, do dia 28 a 31 julho, no Campus do Guamá da Universidade Federal do Pará (UFPA), lideranças dos povos originários e tradicionais, representantes de movimentos sociais, ambientalistas, professores, cientistas e autoridades para debater e apresentar políticas em defesa da Amazônia. O evento vai reunir representantes dos nove países da Pan-Amazônia: Brasil, Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, além de outros países da Europa e Ásia.
Para além da reflexão sobre o futuro da Amazônia, o Fórum Social Pan-Amazônico coloca a cidade das mangueiras na rota de importantes eventos internacionais e contribui também para aquecer a economia local, através do fluxo de turista, movimentando pequenos empreendedores de diversos segmentos, desde alimentação à comercialização de produtos regionais.
Defesa da Amazônia e sua gente
O Fórum Pan-Amazônico foi criado em 2002, com a colaboração do Prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues. Desde o início a ideia central é a defesa da Amazônia e de todos que fazem parte dela, trazendo debates, reflexões e maneiras de enfrentar o desmatamento, mudanças climáticas e políticas que contribuem para a destruição da Amazônia.
A última edição do Fospa ocorreu em 2020, na cidade de Mocoa, na Colômbia, em formato virtual devido à pandemia da covid-19. Neste ano, Belém sediará pela terceira vez o evento, as últimas edições na capital paraense ocorreram 2002 e 2003.
A preparação para o Fórum Pan-Amazônico se dá desde 2021, quando foram realizados eventos como a Jornada de Gratidão aos Povos Negros e o Encontro dos Saberes Amazônia e Mudanças Climáticas, ambos agregaram debates com personalidades negras do país e do município, bem como, povos originários e tradicionais, ativistas sociais, ambientalistas e cientistas.
O membro do comitê organizador do Fospa e Coordenador das Relações Internacionais da Prefeitura de Belém, Luiz Arnaldo Campos, destaca que o Encontro dos Saberes Amazônia e Mudanças Climáticas, resultou na participação de diversos movimentos, cientistas e autoridades na 26ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP-26, realizada em Glasgow, na Escócia, em 2021,
“Em Glasgow se consolidou a ideia de que não é possível deter as mudanças climáticas sem deter a destruição amazônica. Esse conceito se tornou muito forte. Isso vai fazer com que no Fórum estejam presentes não só organizações e movimentos da Pan-Amazônia, mas, também da Europa”, explicou.
Propostas e soluções
O coordenador ressaltou que o Fospa será um dos eventos mais representativos da história, pois vai reunir diversos movimentos e instituições, entre elas destacam-se: Coordenadora das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica; Articulação dos Povos Indígenas do Brasil; Conselho Nacional dos Quilombolas; Assembleia Mundial pela Amazônia; Rede Eclesial Pan-Amazônica; Tribunal Internacional pelos Direitos da Natureza; Internacional Progressista; Amazon’s Watch; Amazon’s River; Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Centro de Estudo e Defesa do Negro (Cedenpa), Movimento Xingu Vivo; Justiça nos Trilhos; Confederação das Reservas Extrativistas Costeiras e Marinhas, Conselho Nacional dos Seringueiros e entre outros.
Luiz Arnaldo afirma que as atividades do Fospa, com diversas lideranças da Amazônia, vão culminar em apresentação de propostas para solucionar problemas da região. “Há uma preocupação grande nesse Fórum da gente ir além dos diagnósticos e apresentar propostas e dizer o que vamos fazer”.
Programação – O Comitê organizador do Fospa está já articulou a prévia das atividades da programação dos quatro dias de evento. Para o dia 28 de julho está prevista a Marcha de Abertura, com saída da Praça da República até o Mercado de São Braz.
A prévia da programação indica, também, alguns temas que serão abordados em formatos de oficina, palestra e conferência nas Casas de Saberes, distribuídos no prédio da UFPA, onde serão discutidos: Defesa dos Territórios e dos Direitos Humanos na Pan-Amazônia I (Indígenas, quilombolas, camponeses); Defesa dos Territórios e dos Direitos Humanos na Pan-Amazônia ll (Comunidades Tradicionais e Periferias urbanas); Povos Indígenas na Pan-Amazônia; Desafios e Futuro, Resistência e Afirmação Negra na Pan-Amazônia; Periferias Urbanas – Lutando por Direitos e Afirmando a Vida. Enfrentando o Fascismo e o Fundamentalismo; A Luta contra o Patriarcado (Avanços e Desafios); Rios Amazônicos; Pela Vida, Enfrentando Barragens e Mineração, entre outros.
Nos próximos dias 11 e 13 de fevereiro o comitê organizador vai realizar a primeira reunião para detalhar as atividades que serão desenvolvidas. No final de fevereiro, o comitê passa a contar com a Casa Pan-Amazônica, o espaço vai reunir todos membros organizadores do evento para decisões sobre programação, estrutura e logística.
PUBLICADO POR: AGÊNCIA BELÉM – NOTÍCIAS
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