A Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Saúde, por meio do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Vale do Javari informa que, até 19 de fevereiro, os índices da vacinação contra a Covid-19 em pessoas acima de 18 anos são: 87% (D1), 81% (D2) e 22% (D3).
O DSEI Vale do Javari é responsável pela atenção básica à saúde da população indígena aldeada. Desde quando a pandemia foi declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os profissionais do distrito têm trabalhado para evitar o avanço da Covid-19 no território indígena. Isso incluiu as recomendações para que fossem evitados os rituais, festejos e até circulação de pessoas que não vivem nas aldeias. Foram distribuídos álcool em gel e máscaras de proteção individual para todos.
Mesmo antes da chegada da vacina – liberada como prioridade para os indígenas, pelo governo federal, no dia 18 de janeiro de 2020 – as Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) não deixaram de acompanhar os pacientes. Antes de entrar nas comunidades os profissionais sempre realizam testes para Covid-19, como forma de evitar o contágio da doença.
Em meados de 2020, a SESAI investiu em Equipes de Resposta Rápida (ERR) para atender casos de síndromes gripais entre os indígenas. Também fez parcerias com o Ministério da Defesa para realizar atendimentos básicos e especializados, impedindo, assim, que as demandas dos atendimentos dessa ordem fossem reprimidas durante a pandemia.
Segundo o boletim epidemiológico da SESAI, atualizado no dia 18 de fevereiro de 2022, desde março de 2020, o DSEI Vale do Javari mantém 21 indígenas em tratamento para a Covid-19, neste intervalo, 972 pacientes se recuperaram da doença e, infelizmente, 3 vieram a óbito.
O caso do idoso citado em reportagens, na verdade, é sobre um indígena, de 84 anos, que faleceu depois de sofrer um Acidente Vascular Cerebral, no dia 31/10/2021, e não de Covid-19. Ele era acompanhado pela EMSI do distrito.
Em fevereiro de 2022, duas indígenas vieram a óbito. A primeira indígena tinha 82 anos, era hipertensa e vivia na região próxima a de Cruzeiro do Sul (AC). Ao iniciar o atendimento, a EMSI observou nível de consciência prejudicada, emagrecimento acentuado e pele ressecada. A paciente não andava e não se alimentava adequadamente e preferiu se tratar com a cultura (pajelança) na aldeia Jaburu. A causa da morte está em investigação. O terceiro caso de óbito ocorreu em Manaus (AM) e se tratava de uma indígena de 37 anos com acidose metabólica grave, choque séptico abdominal, sepse foco abdominal, insuficiência hepática aguda e infecção SARS COV-2 fora do seio de transmissão. A indígena era acompanhada pela Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena (EMSI) e foi referenciada para Manaus, em 7 de agosto de 2021, para acompanhamento com infectologista e realização de exames. A paciente ficou na CASAI até dia 20/01, quando apresentou epigastralgia e foi encaminhada ao Hospital Tropical, e em seguida, encaminhada ao Hospital 28 de Agosto para investigação diagnóstica, onde permaneceu até seu falecimento. As causas da morte também estão sendo investigadas.
Os profissionais de saúde do DSEI Vale do Javari trabalham diariamente nas aldeias com ações de educação em saúde e realizando busca ativa para vacinar todos os indígenas contra a Covid-19.
FONTE: https://saudeindigena.saude.gov.br/corona (NÃO MAIS DISPONÍVEL)