Um novo estudo mostra que os interesses da mineração na Amazônia brasileira representam uma ameaça iminente a diversos grupos indígenas da região. “Terras indígenas com grupos isolados estão ameaçadas por mais de 3.600 pedidos de mineração até o momento”, informaram os autores.

Imagem do banner: Uma xapono (casa comunitária) em Moxihatatea, comunidade Yanomami não contatada em Roraima. Há vários grupos Yanomami isolados na TI. Foto: Guilherme Gnipper Trevisan/FUNAI/Hutukara. – Postada em: Mongabay

Cruzando pedidos de mineração na Agência Nacional de Mineração com relatos de grupos não contatados em territórios indígenas na Amazônia, os pesquisadores descobriram que 45% dos interesses de mineração registrados estavam localizados em territórios indígenas com grupos isolados, totalizando uma área do tamanho de Santa Catarina.

“Não posso dizer que tenha sido uma surpresa, mas eu não tinha percebido que 10 milhões de hectares de terras indígenas foram requisitados por esses pedidos de mineração”, disse Philip Fearnside, pesquisador chefe do Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas e um dos autores do estudo, à Mongabay. “É um momento crítico. Muitos desses projetos de lei estão circulando há anos, e agora os processos estão acelerando através do congresso”, complementou.

Esses interesses refletem o Projeto de Lei 191/2020, que legaliza a mineração em terras indígenas, podendo afetar diretamente 43 povos isolados. Defendido pelo presidente brasileiro Jair Bolsonaro, o PL permitiria às mineradoras operarem em territórios indígenas em busca de minerais e outros interesses econômicos, violando o direito indígena ao uso exclusivo de suas terras e acabando com os serviços ecossistêmicos prestados pelas florestas protegidas.

por  em 25 Janeiro 2022 | Traduzido por Carol De Marchi e André Cherri

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