MANAUS – Com a intensidade da forte chuva, o rio Acre alcançou a marca de 11,17 metros nesse domingo, 2. O nível das águas precisa apenas de 2,33 metros para atingir a cota de alerta, que é marcada para 13,50. Com isso, a Defesa Civil da cidade afirma que está se preparando para ampliar o cerco de monitoramento em todos os bairros de Rio Branco.

Rio Branco durante a cheia do rio Acre em 2018. (Sérgio Vale/ Secom) AGÊNCIA CENARIUM

De acordo com a coordenação da Defesa Civil, o monitoramento das cidades que já foram atingidas pelas águas já foi iniciado. Até o último dia do ano, 10 bairros foram monitorados. “Em dezembro saímos de 4 metros para 11,26 metros, que foi a maior cota naquele mês”, relatou o coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, major Cláudio Falcão.

“Continuamos com o monitoramento nos bairros e vamos ampliar agora em janeiro, porque nossa previsão é de que ele possa até alcançar 16 metros e não são mais 10 bairros atingidos, mas de 25 a 27 bairros na capital”, explicou Cláudio Falcão. No mesmo período em 2020, o rio alcançava 10 metros. O coordenador acredita que este ano o rio deva atingir a cota de alerta ainda em janeiro.

Claúdio Falcão destacou ainda que o rio corre um grande risco de transbordar em fevereiro. “Teremos sim um transbordamento, é questão de tempo e temos que estar muito bem preparados para o socorro e auxiliar a comunidade”, acrescentou. O coordenador confirmou que com os dados é possível identificar que em 2021 choveu mais do que o dobro do esperado para todo mês de dezembro de 2020.

Para todo o mês de dezembro eram esperados 262 milímetros de chuva e, até o dia 28 de dezembro, o acumulado de chuva já tinha ultrapassado 500 milímetros. “O mês de janeiro é esperado um pouco mais de chuvas. Em dezembro, era esperado 262 e em janeiro 289 milímetros, mas isso pode ser superado”, destacou.

Aumento das chuvas em 2021 

O responsável pela Defesa Civil do Estado declarou ainda que, além dos bairros que já estão sendo monitorados, as equipes dos órgãos competentes estão realizando o mesmo trabalho nos outros municípios e nos países em que o rio passa. “Isso vai dar noção para nós na antecipação no socorro. Estamos monitorando também o Riozinho do Rola e o Espalha, que têm muita influência sobre nosso nível. É um momento de tensão mesmo para nós”, finalizou.

Em 2021, a cheia do rio Acre atingiu mais de 13 mil famílias, além de ter deixado mais de 129 mil famílias desalojadas e 75 desabrigadas. Já no fim de fevereiro do mesmo ano, o governador do Acre, Gladson Cameli (MDR), declarou que o Estado estava passando por um processo de calamidade pública. O anúncio foi feito por meio de edição extra do Diário Oficial da União (DOU).

Victória Sales – Da Revista Cenarium

Republicação gratuita, desde que citada a fonte. AGÊNCIA CENARIUM Copyright © AGÊNCIA CENARIUM

PUBLICADO POR:    AGÊNCIA CENARIUM