Propósito de conservar biodiversidade coloca limites à bioeconomia, especialmente na região Norte do Brasil onde é apontada como alternativa de desenvolvimento socioeconômico
Embora não exista um consenso sobre a definição de bioeconomia, já está aproximadamente pacificado que se trata de um modelo econômico referenciado na conservação da biodiversidade. Essa condição impõe alguns obstáculos, especialmente na região Norte do Brasil onde é apontada como alternativa de desenvolvimento socioeconômico.
Os limites da bioeconomia é uma das abordagens sobre o tema trazidas pela nova edição do Jornal da Ciência Especial, com entrevistas a pesquisadores e especialistas que ajudam a compreender esse novo campo de estudos e atividade econômica.
A economista Inaiê Takaes Santos, do Instituto Arapyaú e membro da organização Concertação pela Amazônia, explica que, na raiz do termo, existe um questionamento aos paradigmas das teorias econômicas tradicionais. Além disso, há uma disputa para ser enquadrado como tal entre a grande indústria do agronegócio — em especial a sucroalcooleira — conectada à produção de commodities agrícolas, e organizações que trabalham com negócios comunitários, com associações de extrativistas na Amazônia, que rejeitam muitas vezes o modo de produção de monocultura da agricultura em largar escala.
O biólogo Adalberto Luís Val, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), aponta, entre os principais obstáculos, a estruturação das cadeias de valor já existentes — por exemplo, o açaí, a castanha do Brasil, o cacau, produtos naturais da região e os peixes pirarucu e o tambaqui. “Uma coisa que me incomoda é que o Brasil tem, só na Amazônia, três mil espécies de peixes e nenhuma delas é usada como alimento no mercado mundial”, observa Val. Ele relaciona ainda a falta de infraestrutura e a deficiência no incentivo à pesquisa científica em termos de orçamento e critérios específicos.
Leia a reportagem completa na edição 796 que está disponível gratuitamente para download em PDF.
Janes Rocha – Jornal da Ciência
PUBLICADO POR: JORNAL DA CIÊNCIA SBPC
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