Ações do distrito sanitário que atende a população são realizadas em consonância com práticas de medicina tradicional
O povo Zoé, comunidade que vive no norte do Pará, sente-se mais seguro para manter suas tradições e ritos, mesmo no contexto de pandemia. Isso é possível diante do trabalho do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Guamá-Tocantins, que, respeitando e valorizando as práticas de medicina tradicional da comunidade, vacinou 100% da população-alvo com duas doses e, também, com a dose de reforço contra a Covid-19.
Em relação à população jovem de 12 a 17 anos, 100% da faixa etária já foi vacinada com a 1ª e 2ª doses. O Ministério da Saúde também atuou para proteger a comunidade contra o vírus da Influenza. Para evitar que sintomas gripais sejam confundidos com os da Covid-19, o DSEI também antecipou a vacinação anti-influenza – alcançando 100% de vacinados contra a doença.
Atendidos pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), o povo indígena Zoé habita uma área de 669 mil hectares na calha norte do Rio Amazonas, localizado numa área de densas florestas, entre os rios Cuminapanema e Erepecuru. A população está dispersa em mais de 50 aldeias diferentes, sendo que não existem estradas entre elas e a mobilidade é feita por trilhas no interior das florestas ou em menor frequência por canoas pelos rios e igarapés.
Após o surgimento da covid-19, o DSEI intensificou as medidas de cuidados e proteção e, em setembro de 2020, instalou uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI) da Terra Indígena Zoé. A unidade está equipada com respirador mecânico, equipamento de raio-X digital e cilindro de oxigênio para atendimento de emergência, pois o único acesso às aldeias é por via aérea.
Plano de proteção
A comunidade Zoé também tem amparo em plano nomeado Protocolo de Acesso à Terra Indígena Zoé. O documento compõe o Plano de Contingência para Prevenção e Combate à covid-19 na Terra Zoé, que determina o estabelecimento de barreiras sanitárias no entorno e no interior da terra indígena.
O plano também determina a realização de exames PCR, monitoramento clínico e isolamento antes de cada acesso e nos primeiros dias após a chegada na base, além da desinfecção de aeronaves e insumos levados para a área. A comunicação constante via rádio com as aldeias e a garantia da máxima resolução dos agravos à saúde dentro da própria Terra Indígena Zoé são diretrizes anteriores à pandemia e continuam sendo fundamentais neste período.
Proteção dos indígenas
No total, o Brasil aplicou mais de 935 mil vacinas contra a Covid-19 na população indígena atendida pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS). Mais de 90% dos indígenas maiores de 18 anos receberam a primeira dose e 85% estão com o esquema vacinal completo. Na população de 12 a 17 anos, 67% recebeu a primeira dose.
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