No começo de dezembro, comentamos aqui que o general Augusto Heleno, chefe do GSI, havia autorizado a exploração de ouro na região conhecida como “Cabeça de Cachorro”, no noroeste do estado do Amazonas.

A região é uma das mais preservadas da Amazônia e lar de 23 etnias indígenas. A notícia criou um certo mal-estar por conta de sua repercussão. Antes do final do ano, o governo recuou e, como contou o Poder 360, o general cancelou as autorizações.

No entanto, nada está sendo feito para coibir a gigantesca invasão das Terras Yanomamis, tacitamente incentivada pelo Planalto. A estrutura para levar e alimentar os milhares de garimpeiros é profissional e bem cara. Envolve aviões, helicópteros, “voadeiras” (lanchas para entrar nos igarapés), bases de suprimentos de alimento e combustíveis e a mão de obra para tocar esta logística.

BBC fala sobre o tamanho da operação e comenta uma investigação sobre as rotas dos combustíveis de aviação, teoricamente mais simples de rastrear. Uma empresa pega fornecendo este combustível foi autuada pelo IBAMA e proibida de operar, mas a Justiça de Roraima anulou a proibição. A matéria, assim como uma da AP e outra da Folha, falam da quantidade de aviões apreendidos nas operações da Polícia Federal.

Folha, nesta semana, deu destaque a uma juíza de Roraima, tida como aliada do clã Bolsonaro, que liberou aviões, equipamentos e desbloqueou recursos do garimpo ilegal. Assim, o esforço – ainda que pequeno diante do tamanho do problema – foi para o ralo.

Em tempo: A Assembleia de Mato Grosso aprovou uma lei autorizando a mineração em áreas de Reserva Legal (RL), teoricamente protegidas pelo Código Florestal. Pela lei, nestas áreas, há a possibilidade de atividades econômicas limitadas e de curta duração. A mineração não é permitida. Assim, o Ministério Público afirma que, além de violar o Código (lei federal), viola a Constituição, posto que a mineração é responsabilidade da União e não dos estados. A notícia saiu n’O Globo.

PUBLICADO POR:    CLIMAINFO   

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