Dados do Levantamento Batimétrico no Canal do Tabocal vão garantir a navegação e a circulação de bens para as comunidades ribeirinhas
Uma equipe de pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), em conjunto com a Marinha do Brasil, participou de campanha científica de 10 dias, finalizada 25/11, no Navio de Pesquisa Hidroceanográfico Fluvial (NHoFlu) Rio Branco, para efetuar o levantamento e a interpretação de dados de batimetria e vazão do rio Amazonas no canal Tabocal.
Os dados foram coletados com ecobatímetro multifeixe e com perfilador acústico doppler de correntes (ADCP). As informações processadas são utilizadas na produção de cartas náuticas pela Marinha e no monitoramento da dinâmica fluvial pelo SGB-CPRM. O levantamento é fundamental para os serviços de navegação durante o período de vazante, quando a navegação é mais crítica, o que garante o comércio de alimentos, remédios e demais produtos que circulam entre as capitais amazônicas e as comunidades ribeirinhas.
De acordo com a pesquisadora Maria Aline Lisniowski, da Divisão de Geologia Marinha (DIGEOM), um dos parâmetros que descrevem o comportamento do rio Amazonas na região de estudo, conhecida como Tabocal, são os perfis de velocidade. “Entender como ocorrem ao longo desse trecho de rio e mostrar sua variabilidade entre as margens traz aprimoramento ao levantamento batimétrico multifeixe, uma vez que os perfis de velocidade revelam a dinâmica e a força motriz das feições levantadas pela batimetria, principalmente no que se refere ao transporte de dunas”, explica.
Dos dados adquiridos pelo ADCP, extraiu-se uma vazão aproximada de 100 km3s1 e velocidade média de 1,1 ms-1, com máximas em torno de 1,6 ms-1. Foram realizados três pares de travessias em pontos diferentes da região de estudo e a distância entre margens foi cerca de 4,5 km.
Na seção transversal no centro da área de estudos no Tabocal, nota-se um regime mais turbulento na margem esquerda e o canal principal na margem direita que ainda deixa aparente o encontro das águas do rio Negro com o rio Solimões. Na distância de 2500 metros, há forte influência dos bancos de areia presentes no leito que se estendem até uma ilha a 4 km dessa seção. Esses dados de medições de profundidades associadas a uma posição da embarcação na superfície da água são fundamentais para orientar a navegação. A migração dos bancos de areia no período de estiagem atrapalham o transporte fluvial, que é o único existente na região para atender às comunidades ribeirinhas, de mercadorias. Dados de ADCP processados pelo VMT (Velocity Mapping Toolbox)
https://hydroacoustics.usgs.gov/movingboat/VMT/VMT.shtml.
Assessoria de Comunicação
Serviço Geológico do Brasil – SGB CPRM
Ministério de Minas e Energia
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