Sem a realização de estudos de viabilidade técnica, econômica ou ambiental e, acima de tudo, sem jamais ter consultado as populações tradicionais impactadas, o projeto de extensão da BR-364, entre o município de Mâncio Lima, no Acre, e a fronteira com o Peru, foi suspenso por determinação da juíza federal Franscielle Martins Gomes Medeiros, da 1ª Vara de Rio Branco.
A interligação rodoviária entre Cruzeiro do Sul, a segunda maior cidade acreana, e Pucallpa, capital do departamento peruano de Ucayali, é uma das principais apostas do governo local na área de infraestrutura, e vendida como redenção para o desenvolvimento da região.
A obra também é vista com bons olhos pelo governo Jair Bolsonaro, que atua para tirar do caminho eventuais entraves burocráticos – sobretudo os ambientais – que venham a atrapalhá-la. Por seu traçado passar dentro de uma unidade de conservação (o Parque Nacional da Serra do Divisor) e próximo a terras indígenas, o governo federal atua para acelerar o processo de licenciamento ambiental.
É o que pretendia o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), quando lançou edital (No 130/2021) para contratar empresa que faria a prospecção da viabilidade do projeto.
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