Iniciativa busca ampliar capacidade de prevenir grandes incêndios florestais em âmbito nacional e internacional

– Foto: Karyna Angel – Ibama

Combater incêndios florestais é um desafio enfrentado por diversos países no mundo. Foi pensando em compartilhar experiências que o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) desenvolveu o primeiro curso básico de queima prescrita. A capacitação teve início nesta terça-feira (7), em Roraima, e integra um acordo trilateral entre Brasil, Alemanha e Costa Rica em favor do Equador.

A metodologia de queima prescrita faz parte do Manejo Integrado do Fogo (MIF) e envolve conceitos de políticas públicas, prevenção, preparação e uso do fogo, assim como aspectos sociais e econômicos, resgate cultural e realização de atividades de campo. Ao todo, 16 especialistas em fogo do governo equatoriano além de representantes do Ibama, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade Federal de Roraima (UFRR) e Universidade Estadual de Roraima (UERR) participam do treinamento até o dia 11 de dezembro.

Apesar de ser um tema recente na gestão ambiental, o Ibama possui sete anos de experiência na prática de queimas prescritas em terras indígenas. Estudos e pesquisas comprovam, significativamente, a redução de grandes incêndios florestais por meio desse tipo de prevenção. Além de reduzir o combustível disponível, protege as comunidades indígenas, contribui para sua segurança alimentar, dentre outros benefícios socioambientais.

“Nós como gestores públicos temos a obrigação de estudar, conhecer e trabalhar todas as formas de prevenção e combate para defender não somente nosso grande patrimônio, que é a natureza, mas também a população”, afirma o diretor de proteção ambiental do Ibama, Samuel Souza.

A realização do curso é o primeiro passo para a criação de uma série de capacitações que levarão ao aperfeiçoamento de brigadistas que atuam com foco na conservação da biodiversidade, redução dos incêndios e manejo dos ecossistemas com queimas prescritas. A intenção com a política de MIF também prevê a capacitação de estados e municípios para atuarem conforme suas competências. Os treinamentos aplicados ao longo do curso têm base em ações preventivas realizadas em países como Austrália, África do Sul, Namíbia e os Estados Unidos.

A cerimônia de abertura contou com a presença do diretor de proteção ambiental, Samuel Souza; da chefe do Prevfogo, Flávia Saltini; do superintendente do Ibama em Roraima, Walter Dias; e da subsecretaria de patrimônio cultural do Ministério do Meio Ambiente do Equador, Glenda Ortega.

Foto: Ibama

Queimas prescritas em Roraima

O curso em Roraima buscou aliar a experiência bem-sucedida das queimas em terras indígenas, uma vez que esse foi um dos estados pioneiros da prática. Além disso, a região possui capacidade e possibilidade de demonstração das queimas com uso de meios aéreos, ciclo de queima prescrita condizente com a data do curso e a realidade amazônica, semelhante à vegetação do Equador.

Entre outubro de 2020 e janeiro deste ano, as brigadas federais em Roraima manejaram com fogo mais de 400 mil hectares nas terras indígenas como Araça, Serra da Moça, Tabalascada, Canauanin, Malacacheta, Raposa Serra do Sol e São Marcos. Atualmente, o estado possui 126 brigadistas do Prevfogo, sendo que 14 são contratados antecipadamente para a realização das queimas prescritas.

Assessoria de Comunicação do IBAMA