Equipes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Cerrados) realizaram uma visita técnica a Terras Indígenas das etnias Haliti Paresi, Manoki e Nambikwara, no estado do Mato Grosso. O objetivo é realizar diagnósticos para construção de um Plano de Trabalho a fim de aprimorar as práticas de produção sustentável e agricultura regenerativa como plantio direto, rotação de culturas, insumos biológicos, melhoria do solo e retenção de águas fluviais.

Foto: Divulgação FUNAI

A visita foi realiza a convite das próprias comunidades indígenas, que apresentaram o projeto de construção do Centro Tecnológico, no qual haverá aulas teóricas e práticas com o uso de laboratórios. Por meio do projeto, os produtores indígenas pretendem desenvolver atividades produtivas na criação de animais, produção de ração, cultivo de plantas medicinais e plantio e armazenagem de sementes. Para incentivar os projetos de produção agrícola sustentável, a Embrapa Cerrados distribuiu sementes de grãos e manivas de mandioca aos produtores indígenas.

Entre os dias 20 e 26 de outubro, os técnicos avaliaram as áreas onde as comunidades indígenas produzem milho, feijão, painço, soja, girassol e pulses (leguminosas secas). De acordo com o indigenista especializado Héber Siqueira, há dez anos a Funai acompanha as três etnias em projetos de agricultura sustentável. “É perceptível a melhora contínua na qualidade de vida das comunidades indígenas. As roças que elas cultivam geram empregos e renda, que, consequentemente, aumentam a dignidade de cada indivíduo. Não há como negar esta realidade”, afirma.

O pesquisador da Embrapa Cerrados, André Ferreira, salienta os indígenas que plantam materiais convencionais pode se beneficiar da tecnologia desenvolvida pela instituição.  “A Embrapa é uma das poucas obtentoras do mundo que fazem o melhoramento convencional, desenvolvendo sementes adaptáveis a cada região, com alta produtividade e resistência a nematoides doenças e pragas”, pontua Ferreira.

“Tudo isso se deve primeiramente à iniciativa e esforço de toda a comunidade, lideranças e gestores das cooperativas indígenas e também ao apoio da Funai”, comenta Siqueira ao destacar que desde de 2019 o órgão indigenista tem buscado instituições parceiras para contribuir com projetos voltados à produção sustentável. “Assim, os indígenas giram a chave rumo à sustentabilidade dentro do tripé: social, econômico e ambiental. Afinal, o uso e a busca por novas tecnologias e pesquisas na produção indígena não é diferente dos demais setores produtivos”, conclui.

Assessoria de Comunicação / FUNAI