Doze famílias da etnia Paiter Suruí da Terra Indígena Sete de Setembro, em Rondônia, iniciaram a comercialização online de chocolate artesanal feito a partir do cacau cultivado pela própria comunidade indígena. Até este mês, já foram comercializados cerca de 600 quilos de amêndoas secas de cacau, gerando um faturamento bruto de aproximadamente R$ 15 mil reais. A venda do produto conta com o suporte de uma empresa privada.
O coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Cacoal (RO), Sidcley José Sotele, explica que o cultivo de cacau nas comunidades indígenas começou em 2020, com apoio da Coordenação Regional, que realizou o transporte da produção nas aldeias. “Também prestamos apoio técnico para o plantio, cultivo, colheita e pós-colheita do fruto. Os produtores indígenas contaram ainda com a assistência técnica da Emater-RO, Embrapa e Secretaria de Estado de Agricultura”, comenta.
“Essa nova fonte de renda com produção do chocolate em barras deve se expandir para a comercialização de chocolate em pó, em bombom e outras formas de fabricação do produto”, afirma o coordenador regional da Funai. “A nova atividade produtiva da etnia Paiter-Suruí vai diversificar sua fonte de renda, fazendo com que os indígenas melhorem de vida”, ressalta Sotele.
Em 2022, a previsão é de que a Funai distribua 100 mil mudas de cacau para as comunidades indígenas, por meio de uma parceria entre a Coordenação-Geral de Promoção ao Etnodesenvolvimento (CGETNO), Emater-RO, Embrapa, Secretaria de Estado de Agricultura e Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Cacau. A Funai também deverá fornecer equipamentos de irrigação para as lavouras de cacau naquelas comunidades indígenas.
Etnodesenvolvimento
Nos últimos dois anos, a Funai investiu cerca de R$ 30 milhões em projetos de etnodesenvolvimento. Os recursos foram destinados a atividades de piscicultura, roças de subsistência, artesanato, produção agrícola, casas de farinha, entre outros. O objetivo é fazer com que os indígenas mantenham a produção, além colaborar para que, no período pós-pandemia, as etnias invistam em processos de geração de renda.
Assessoria de Comunicação / FUNAI
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