Epopeia Acreana 1ª Parte – V
Mangabeira por Múcio Teixeira – I
Em princípio Deus me fez poeta e tanto isto é verdade que eu nasci em setembro que é o mês em que nascem as flores da primavera e as flores da primavera são a poesia da natureza.
(Múcio Teixeira)
Múcio Scévola Lopes Teixeira, filho do Tenente-Coronel de engenheiros Manoel Lopes Teixeira e Maria José Sampaio Teixeira, nasceu em Porto Alegre, RS, no dia 13.09.1857, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 08.08.1928. Estudou no Colégio Gomes e depois no Colégio Rio-Grandense, onde foi, em ambos, aluno do escritor, historiógrafo, poeta e jornalista Apolinário José Gomes Porto Alegre.
Foi membro da “Sociedade Pártenon Literário” fundada, no dia 18.06.1868, em Porto Alegre, por Apolinário Porto Alegre e um grupo de republicanos, dentre eles José Antônio do Vale Caldre e Fião, Aurélio Bitencourt, Júlio de Castilhos, Assis Brasil, Fernando Osório, Homero Batista e Lobo da Costa. Sua primeira colaboração, na Revista daquela entidade foi aos treze anos de idade.
Sou jovem, tenho apenas quinze anos, e vejo em risos me acenar a glória, odeio os goivos; idolatro os loiros: embriagam-me os hinos da vitória.
(Múcio Teixeira)
Aos quinze anos, em 1873, publicou “Vozes Trêmulas” seu primeiro livro de versos inspirado na obra do poeta romântico Casemiro de Abreu: “Casemiro, bardo inspirado, és mais que meu amigo, és meu cultor”. Seguindo os passos do pai, sentou praça no 5° Regimento de Cavalaria onde recebeu seu batismo de fogo na “Revolta dos Muckers” (1873-74), enfrentando os seguidores do casal Jacobina Mentz Maurer e João Jorge Maurer, em São Leopoldo (atual Sapiranga).
Mas em Múcio o estro estava acima da espada. Decorriam três anos de caserna, quando o poeta-soldado assistia uma solenidade cívica no teatro São Pedro. Não podendo refrear o entusiasmo, assomou à ribalta, declamando o poema de sua autoria “Inconfidência”. Os seus comandantes viram, naquele gesto, um ato de insubordinação, advertindo o infrator. Bastou para Múcio abandonar definitivamente a farda. (Anselmo Francisco do Amaral)
Usou diversos pseudônimos, dentre eles o de “Barão de Ergonte”, “Felício Fortuna & Cia”, “Boêmio”, “Muciano Tebas” e “Manfredo”. É de sua lavra a primeira biografia sobre Castro Alves – “Vida e Obras de Castro Alves” (1896). É autor de mais de setenta obras entre peças teatrais, ensaios, romances, dramas, poesias, traduções e biografias além de atuar intensivamente na imprensa gaúcha e carioca.
Fundou e redigiu a “Revista Litteraria” (RJ), em 1884, a “Revista do Novo Mundo” (RJ), em 1890-1891, o “Cruzeiro” (RJ), em 1882-1883, a “Família Maçônica” (Porto Alegre, RS), em 1894-1895, o “Mercantil” (Porto Alegre, RS), em 1895, o “Bahia” (Salvador, BH), em 1896, a “Revista de Sciencia, Lettras e Artes Cidade do Bem” (Salvador, BH), em 1899.
Reportou Augusto Victorino Alves Sacramento Blake, no 6° Volume de seu Dicionário Bibliográfico Brasileiro:
Distinto literato, inspirado poeta e antigo jornalista, bastante tem contribuído para o enriquecimento das letras brasileiras com a publicação de trabalhos de subido valor, muitos dos quais com três e quatro edições já esgotadas. Alguma; de suas obras foram vertidas para o francês, castelhano, inglês e italiano e atualmente a casa Garnier está fazendo em Paris uma edição completa dos seus livros. Como funcionário público, foi secretário da presidência do Espírito Santo em 1880 e, anos depois, Cônsul Geral do Brasil nos Estados-Unidos de Venezuela, cargo que abandonou assim que teve notícia da proclamação do atual “regimen” político; pois, embora em todos os seus trabalhos literários tivesse cantado o ideal republicano, era amigo particular do Imperador Pedro II, em cujo palácio residira, como hóspede, de 1885 a 1888, querendo por este modo dar um público testemunho de gratidão ao seu desventurado protetor.
Regressando ao Brasil em 1890, foi eleito Presidente do Banco Brasileiro, permaneceu no Rio Grande do Sul durante toda a revolução federalista, transferindo sua residência para a Bahia em 1896, onde foi diretor da redação dos debates da Assembleia Estadual. Em fins de 1899 voltou de novo para o Rio de Janeiro, de cuja imprensa continua a ser um dos mais esforçados lutadores. É condecorado com diversas ordens nacionais e estrangeiras, Comendador da Ordem do Libertador Simão Bolívar, membro de vários institutos científicos e literários de diferentes países e sócio titular do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. (BLAKE)
Relatou Luís da Câmara Cascudo, em “Superstição no Brasil”, que no seu tempo de estudante de medicina, no Rio de Janeiro, um dos frequentadores mais assíduos da Livraria Garnier, na Rua do Ouvidor era:
[…] o poeta gaúcho Múcio Scévola Lopes Teixeira, sexagenário, cabeleira grisalha, gordo, lento, escanhoado, de monóculo difícil e uma cabeça de galo na gravata escura, à moda do Duque de Luynes. Fora parnasiano, simbolista, realista, romântico, lírico, regionalista, amigo pessoal do Imperador D. Pedro II, hóspede do Palácio de São Cristóvão, soldado contra os “Muckers” fanáticos, quando moço, orador, jornalista, familiar dos nomes decisivos da literatura no momento. (CASCUDO)
Fiz questão de fazer este pequeno preâmbulo a título de apresentação daquele que o próprio Dr. Francisco Cavalcante Mangabeira considerava como seu Mentor e o maior de seus mecenas como podemos verificar no seu livro “Hostiário”:
AO MEU QUERIDO MESTRE
Múcio Teixeira
que, não contente em ser Horácio,
quis também ser Mecenas.
Continua Mangabeira:
O pequeno trecho (Imagem 05) que vem na capa e no frontispício deste livro é extraído de um dos artigos que Múcio Teixeira escreveu ao meu respeito e que foram publicados no “Jornal de Notícias” desta Capital, em setembro de 1896 e na “Cidade do Rio”, em 1° dezembro de 1897.
Vamos repercutir, parcialmente, os artigos de Múcio Teixeira publicados no Jornal “Cidade do Rio”:
Cidade do Rio, n° 49 ‒ Rio de Janeiro, RJ
Terça-feira, 23.11.1897
I
UM NOVO POETA BAIANO
A Bahia é sempre a Bahia, a predileta de Deus, onde os homens levantaram a formosa cidade da Montanha; a bela primogênita do fantástico Cacique [Brasil] – que firma um pé no Amazonas e o outro nos pampas, tendo o Cruzeiro do Sul por cocar; a bem amada da tribo, que foi a primeira dentre suas vinte irmãs a receber nos seios virginais o beijo ardente da civilização. És ainda hoje a privilegiada de outrora, ninho de Castro Alves e berço de Rui Barbosa!
De cada ano que passa fazes um novo degrau da escada por onde sobes no conceito nacional. Foste como a fada lendária, adormecida durante séculos, esperando que um loiro príncipe Ocidental aparecesse para que despertasses ao seu olhar. Teu sono era custodiado por selvagens, tão valentes, que lutavam braço a braço com as feras, e tão altivos ‒ que só se curvavam ao Sol! Desde que foste desposada pelo progresso, aleitaste em teu peito materno a prole gorda nas tuas entranhas com esse filtro mágico que produz as inteligências e os heroísmos, os diamantes e os metais preciosos.
É por isso que ainda hoje, sob o teu vasto pavilhão azul marchetado de estrelas imortais, a alma popular crente e intemerata; as árvores rebentam em dilúvios de flores; as flores embriagam numa orgia de perfumes; os Rios, que desatam em catadupas, são fantásticas hipérboles d’água; e tudo isso na mais íntima harmonia com os fenômenos atmosféricos, prodigalizando-te assim um clima invejável, que a confirmação da existência da poética Atlântida, o Eldorado ou a Mesopotâmia. Além disso, as tuas mulheres são belas e virtuosas; os homens expansivos e leais; os soldados valentes e resignados; os sacerdotes modestos e eruditos; os estadistas e diplomatas grandes e belos como Alves Branco e Rio Branco; os jornalistas e oradores altivos como Rui Barbosa e Augusto Álvares Guimarães; os poetas inspirados como Gregório de Mattos, Junqueira Freire e Castro Alves. (CDR, n° 49)
Cidade do Rio, n° 51 ‒ Rio de Janeiro, RJ
Quinta-feira, 25.11.1897
II
Estava eu na penumbra do meu gabinete, na Bahia, quando me apareceu, tímido e balbuciante, um modesto estudante do terceiro ano de medicina, cujo nome era até então completamente desconhecido na própria terra do seu nascimento.
Esse nome, porém, está destinado a ser, dentro de pouco tempo, um dos mais distintos da poesia nacional. Quis a minha boa estrela que me tocasse em partilha este quinhão de suas futuras glórias: a honra de apresentá-lo ao público. Este obséquio, que ele me pede hoje, no seu obscurantismo, vai ser amanhã, no glorioso amanhã de um próximo futuro, soberbamente retribuído pelas mais completas vitórias do seu vigoroso talento.
Chama-se o nova poeta baiano Francisco Cavalcante Mangabeira, conta apenas 17 anos de idade, e já se pode dizer dele o mesmo que José de Alencar disse, em 1868, de Castro Alves:
– Esta cidade não o conhece ainda, muito breve o há de conhecer o Brasil.
Francisco Mangabeira, por uma dessas aberrações comuns nos agitados superiores, pois os grandes poetas são uns impulsivos inconscientes, é simultaneamente tímido e audaz. Como que receoso de tudo e de todos, esquiva-se nervosamente ao contato social, numa misantropia característica, assim como o vagalume que inutilmente procura mergulhar nas trevas os raios luminosos que leva nas próprias asas, sem perceber que quanto mais densa é a escuridão, mais vivos se tornam os seus fulgores.
É um audaz, porque, na idade em que quase todos os poetas mal balbuciam as suas primeiras estrofes, indecisas no ideal e incorretas na forma, já ele é o autor de três livros de versos; todos ricos de inspiração e originalidade, nos quais se manifesta exigente no estilo e emancipado na escolha dos assuntos preferidos. Além disso, que já é muito, revela precocidade e fecundidade ‒ o que é ainda mais. Eu posso falar sobre esta dupla manifestação da sua personalidade literária, pois são precisamente estas as principais qualidades que os meus caríssimos zelos não se atreveram a negar-me.
Com 15 anos de idade publiquei o meu primeiro livro, e de então por diante não se passou um ano em que não aparecessem novos livros meus. Francisco Mangabeira, além dos três livros de versos, tem mais dois volumes de boa prosa, um já concluído, o outro em adiantada via de elaboração.
De todos eles falarei mais adiante. A precocidade é o dom de raros; a fecundidade é o apanágio dos fortes. Venho, a propósito, lembrar ao meu jovem confrade coisas que me foram ditas por amigos leais e competentes. José Bernardino dos Santos, ilustre poeta e dramaturgo Rio-grandense, prefaciando o meu primeiro livro disse:
Garantir-lhe o porvir não é aventurar um prognóstico pedantesco; mas simplesmente, compulsando provas autênticas, concluir delas um juízo. Nasceu Poeta o meu jovem amigo. O seu Anjo da Guarda, beijando-o no berço, incendeu-lhe a fronte com o fogo sagrado.
Como Isaac, prepara a fogueira para o próprio sacrifício; obedeça ao decreto dessa sublime fatalidade – a vocação – que o atrai ao martírio da glória. Não se deixe, porém, apenas levar pela indolente correnteza do plácido Rio; arme os remos, acurve-se sobre eles, e vogue, vogue para a Foz, para o Oceano, para o infinito!
Oliveira Bello, analisando o meu segundo livro (“Violetas”, 1875), disse:
Tenho medo das precocidades; o talento temporão, transgredindo o rigor das leis gerais, insurge-se contra o tempo, e o tempo vinga-se, eiva, solapa, murcha, aniquila, etc. A história desses talentos é triste: meteoros que concentram toda a intensidade da luz para expandi-la de um jorro, e que depois se extinguem no seio dessa sombra impenetrável que separa e liga os mundos daquém e dalém túmulo! (CDR, n° 51)
Cidade do Rio, n° 52 ‒ Rio de Janeiro, RJ
Sexta-feira, 26.11.1897
III
Fernandes Costa, o ilustre crítico português, o glorioso cantor do “Poema do Ideal”, analisando o meu poema “Cérebro e Coração” (1879) escreveu no Correio da Europa:
Um dos primeiros atributos do gênio poético é a fertilidade. Este é o condão dos fortes. Atentar neles é medir a distância que os separa dos seus pobres imitadores, impotentes e triviais. Veja-se o que entre nós sucede: espremem-se, de uma vez, num trecho exíguo de afetada energia, no qual a verdadeira força, ausente, é simulada por uma violência banal… Outros burilaram em toda a vida quatro sonetos de uma incompreensibilidade granítica e sentaram-se diante deles, de pernas cruzadas, como bonzos ([1]), em muda admiração contemplativa… Não há verdadeiro talento literário, que não seja fértil. Balzac, que levava as minúcias na revisão dos seus trabalhos além dos mais extraordinários limites, que escrevia quatro vezes, por assim dizer, cada uma das suas obras, deixou publicados 80 volumes.
Faço agora a Francisco Mangabeira o mesmo que me fez outrora Fagundes Varella: dou-lhe o braço para transpormos juntos, ao Sol da publicidade, as íngremes e tortuosas avenidas do Parnaso ([2]), onde Apolo não desconhece os deveres da hospitalidade para com os poucos a quem as Musas recebem na sua divina intimidade. Procurarei vencer o acanhamento do meu jovem confrade, fazendo durante este nosso passeio a despesa da conversação preliminar. Recitarei alguns dos seus bonitos versos a essas diabólicas deusas, que tanto aplaudem as audácias de Byron como os sarcasmos de Heine, os amores de Ovídio e os desalentos de Musset, as gargalhadas de Juvenal e as lágrimas de Lamartine, as hipérboles e antíteses de Hugo, ou a deliciosa filosofia e singular inspiração de Campoamor.
Levá-lo-ei, também, em horas matinais, ao olímpico jardim das Hespérides ([3]), onde farei acorrentar o dragão da crítica enquanto o meu tímido companheiro estiver saboreando os pomos d’oiro, que só os eleitos da poesia conseguem levar aos lábios, libando sequiosos a longos tragos a refrigerante água da Castália ([4]). Com o simples aparecimento de qualquer dos livros de Francisco Mangabeira, a sua reputação literária ficará definitivamente firmada. Passo a analisá-los, depois de observar de passagem, que ainda não vi estreia mais auspiciosa, na poesia nacional, pelo lado da precocidade e da fecundidade.
Os livros de Álvares de Azevedo, Gonçalves Dias, Junqueira Freire, Casemiro de Abreu, Fagundes Varella, Castro Alves, Carlos Ferreira, Ramos da Costa, Carvalho Júnior, Theóphilo Dias, Olavo Bilac, Luiz Murat, Guimarães Passos, B. Lopes e ainda outros, firmaram de pronto a reputação de seus autores; todos, porém, só nos deram seus livros depois de 20 anos de idade.
O poeta das “Flâmulas”, dos “Poemetos”, do “Hostiário” e da “Santa Tereza de Jesus”, conta apenas 17 anos; e em carta que acaba de me escrever já me fala de um outro livro, quase pronto, escrito dia a dia nos hospitais de sangue de Canudos, onde se conservou, durante cinco meses, prestando serviços médicos aos doentes e feridos da trágica cidadela. (CDR, n° 52)
Por Hiram Reis e Silva (*), Bagé, 25.11.2021 – um Canoeiro eternamente em busca da Terceira Margem.
Bibliografia
BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento. Dicionário Bibliográfico Brasileiro – 6° Volume – Brasil – Rio de Janeiro, RJ – Conselho Federal de Cultura, 1970.
CASCUDO, Luís da Câmara. Superstição no Brasil ‒ Brasil ‒ Belo Horizonte, MG ‒ Editora Itatiaia, 1985.
CDR, n° 49. Um Novo Poeta Baiano – Brasil – Rio de Janeiro, RJ – Cidade do Rio, n° 49, 23.11.1897.
CDR, n° 51. Um Novo Poeta Baiano – Brasil – Rio de Janeiro, RJ – Cidade do Rio, n° 51, 25.11.1897.
CDR, n° 52. Um Novo Poeta Baiano – Brasil – Rio de Janeiro, RJ – Cidade do Rio, n° 52, 26.11.1897.
(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
- Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
- Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA) (2000 a 2012);
- Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
- Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
- Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
- Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
- Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
- Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
- Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
- Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
- Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
- Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
- Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
- E-mail: [email protected].
[1] Bonzos: sacerdotes budistas.
[2] Parnaso: segundo a mitologia grega o monte Parnaso era residência do deus Apolo e de suas nove musas.
[3] Hespérides: deusas da fertilidade.
[4] Castália: náiade transformada por Apolo em uma nascente, perto de Delfos. Castália inspirava o dom poético daqueles que bebessem ou ouvissem o murmúrio das suas águas.
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