Passados dez dias após o ataque a moradores e incêndio causado no acampamento São Vinícius, no Pará, a polícia ainda não identificou os responsáveis pelos crimes, no povoado localizado na cidade de Nova Ipixuna, sudeste paraense.

Foto: Arquivo – Agência Brasil

Na região do ataque do dia 03 de novembro, 80 famílias vivem às margens da Fazenda Tinelli, e sobrevivem a partir da extração de açaí, castanha e mandioca. Segundo a Pastoral da Terra, no Pará, cerca de 20 homens encapuzados e armados invadiram o acampamento São Vinícius, onde atearam fogo nas barracas e espancaram homens e mulheres. A advogada da Comissão Pastoral da Terra, Larissa Tavares, conta que a entidade ouviu as vítimas, que relataram hostilidade e violência.

A advogada explica que os onze moradores rendidos já prestaram depoimento à polícia e passaram por exames de corpo de delito. A Pastoral da Terra atribui a ação a um fazendeiro, que teria contratado pistoleiros, na região, e estava presente no ataque. Isso depois que o Ministério Público Federal recomendou a regulamentação da região, pelo INCRA, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.

Em nota, o INCRA informou que “a situação do referido imóvel rural está sendo cuidadosamente analisada pelo corpo técnico da Superintendência do Sul do Pará”. O INCRA disse, ainda que a área passa por uma vistoria e está sendo elaborado um relatório sobre o assunto.

A advogada Larissa Tavares, da Comissão Pastoral da Terra, explica que a disputa de terras, no Pará, é muito antiga, mas que se acirrou depois de 2019.

Segundo a Pastoral da Terra, o estado do Pará entre 1985 e 2019, registrou 28 massacres por disputa agrária, entre os 49 que ocorreram em todo o país, no mesmo período.

Publicado em 13/11/2021 – 15:24 Por Sayonara Moreno – Repórter da Rádio Nacional – Brasília – Edição: Paula de Castro Ribeiro / Guilherme Strozi – AGÊNCIA BRASIL – EBC