Sustentabilidade da produção de alimentos no Brasil é defendida pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)
A menos de um mês para a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26), o setor agropecuário apresentou ao Governo Federal a contribuição da categoria brasileira ao evento mundial. O objetivo dos documentos, entregues pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), é reafirmar o compromisso dos produtores rurais com a sustentabilidade na produção de alimentos.
Em encontro com os parlamentares, em Brasília (DF), o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, garantiu que vai defender os interesses nacionais nas negociações climáticas. “[Iremos] posicionar claramente o Brasil como um país que está no acordo do clima, que tem uma meta ambiciosa de 43% nas reduções [de gases de efeito estufa] até 2030”, enfatizou.
Segundo Leite, o setor agropecuário vai absorver da atmosfera 40% desses gases, em dez anos, e vai garantir a segurança alimentar mundial. “O acordo do clima é uma oportunidade para mostrar que, além de produzir alimentos para o mundo, [o Brasil] tem uma atividade industrial de baixa emissão de gases, e 83% de energia elétrica renovável”, afirmou.
O presidente da FPA, deputado Sérgio Souza, elogiou o trabalho de Joaquim Leite à frente da pasta e frisou que a bancada parlamentar está alinhada com o Ministério do Meio Ambiente. “Não há e nunca deve haver competição entre produção de alimentos e conservação do meio ambiente. Não haverá vida humana sobre o planeta sem alimentos e sem um meio ambiente equilibrado,” ressaltou.
A COP 26 reunirá 196 países signatários do Acordo de Paris, firmado em 2015 para evitar o aumento da temperatura média do planeta em 1,5° a 2,0°C até o ano de 2100. A edição deste ano será em Glasgow, na Escócia, em novembro.
Tecnologias sustentáveis
Durante a cerimônia virtual da CNA, na última terça-feira (05), o presidente da entidade, João Martins, apresentou o posicionamento dos produtores rurais à Cúpula do Clima, que destaca o uso de tecnologias sustentáveis para atingir as metas nacionais. “Queremos qualificar a discussão sobre segurança alimentar com base na ciência, pois foi ela que nos permitiu chegar até aqui. E, certamente, será ela que continuará norteando os nossos passos”, disse.
Hoje, segundo a CNA, 220 milhões de hectares de florestas nativas são protegidos no Brasil. “Isso faz a agricultura já ser considerada sustentável. Não é só o processo de produção, mas o volume de prestação de serviços ambientais que os produtores rurais excetuam, protegendo suas áreas de floresta nativa, com brigadistas combatendo incêndio. É uma atividade que passa despercebida e deve ser mostrada durante a COP26”, pontuou, durante o evento, o ministro do Meio Ambiente e chefe da delegação brasileira.
Ajuste de fronteira
Contundente, Joaquim Leite falou sobre imposições propostas pela União Europeia e pelos Estados Unidos no chamado ajuste de fronteira. Ele consiste em um modelo para taxar aço, alumínio e cimento oriundos do Brasil. Para o ministro do MMA, a iniciativa quebra o Acordo de Paris — feito para que cada país defina suas metas e atividades que resultem na redução das emissões de gases poluentes na atmosfera. “Não podemos aceitar que unilateralmente, um país ou um bloco, venha apontar uma atividade porque não está no mesmo nível de ambição”, frisou.
Brasil na COP26
Para construir o posicionamento oficial do Brasil na Cúpula do Clima, o Governo Federal buscou contribuições de diversos setores, entre eles 200 associações, entidades de classe, organizações e setor empresarial. “É importante que esse posicionamento venha de toda a sociedade, pois o tema [condições climáticas] afetará a todos nós”, frisou o ministro.
O ministro do Meio Ambiente também participou de cerca de trinta reuniões bilaterais e uma com o Mercosul, e espera realizar mais encontros até a COP26.
Ascom MMA
PUBLICADO POR: MMA – MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
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