Amigos e Irmãos Apoiem Esta Expedição 

Hiram Reis

O Irmãos maçons Hamilton Souza, o “Ariuca”, de Oriximiná (PA), e o 2° Sgt PM Edilson Antônio Bezerra do Nascimento, de Monte Alegre (PA), que me apoiaram na descida pelo Rio Amazonas – 1ª e 2ª fases respec­tivamente, tão logo os informei da pretensão do aventureiro português Eduardo Pinheiro de percorrer, sozinho, os rios Negro e Amazonas (desde Cucuí, AM, até Macapá, AP) de caiaque hipotecaram total apoio, da Maçonaria e da Polícia Militar à sua jornada desde Parintins (AM) até Almeirim (PA).

Hiram Reis

Amazônicas Jornadas

Embora estejamos aguardando manifestação oficial do Exército Brasileiro, Polícias Militares  e da Maçonaria queremos deixar patente que depois de navegar 13.366 km pelos amazônicos caudais sempre pudemos contar com o irrestrito apoio da população ribeirinha, Prefeitos Municipais, PM e das Forças Arma­das. Arregacemos as mangas, pois, e estendamos nossas mãos à este valoroso expedicionário. Reproduzo abaixo o texto enviado pelo amigo Eduardo Pinheiro:

Expedição à Floresta Amazónica
Slogan: “Hoje me lembrei de ti 
Mais de 2500 Km de caiaque pelos Rios Negro e Amazonas entregando às comunidades ribeirinhas e indígenas um kit de medicamentos básicos.

Enquadramento 

Acredito verdadeiramente que todos nos questionamos em algum momento da nossa vida sobre a nossa própria existência…

Meu nome é Eduardo Pinheiro, vivo numa cidade do Distrito do Porto na Trofa, com 45 anos, num trabalho comum na área da gestão, numa instituição de solidariedade social, com dois magníficos filhos… Que os amo mais do que tudo…

Tenho Tanto Sentimento
(Fernando Pessoa)  

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida,
Entre a verdadeira e a errada.

Existe um sentimento que me tem acompanhado todos estes anos, um querer fazer, um querer sentir um querer estar… um espaço por preencher, como que se a minha existência estivesse a procura de um Norte… Desde pequeno (provavelmente como muitos outros miúdos e adolescente) tinha constantemente “sonhos acordados”, minha mente viajava e me via um ser solidário um ser que fazia a diferença… (momentos que me preenchiam o coração e alma). Nunca tive a oportunidade ou talvez a coragem para fazer algo que realmente preencha este espaço…

À uns meses atrás um misto de espirito de aventura e solidariedade inundavam na minha mente como que de uma cascata de pensamentos (novamente com os ditos “sonhos acordados”), e só pensava… tenho de fazer isto, IREI PARA ONDE O RIO ME LEVAR…viajem esta que terá o seguinte lema: Hoje me lembrei de ti…” como forma de sensibilização para a doença de Alzheimer (infelizmente este ano um Tio meu faleceu em virtude desta doença) mas são muitos milhares os que por esse mundo fora todos os dias vivem com esta enfermidade, e claro pretendo ainda aproveitar para sensibilizar para o difícil momento que a floresta amazónica atravessa, pelas pressões sociais, económicas e politicas e também pelas falta de apoio às comunidades indígenas… e assim a semente germinou, pretendo ainda distribuir um Kit médico básico ainda que simbólico, mas importante, com algumas caixas de medicamento e equipamento de monitorização da temperatura corporal e um oxímetro para mediar a saturação do oxigénio e frequência cardíaca por meio do dedo.

Comecei a treinar com mais afinco, e exercícios de resistência, preparando-me para a jornada que se avizinha, pesquisar todo o percurso durante os mais de 2500 km de rio… as comunidades existentes ribeirinhas e eventualmente encontrar outros canoístas que tivessem feito este percurso apesar de não conhecer nenhum português que o tivesse feito pelo menos este percurso seguido (talvez seja o primeiro portuguesa a faze-lo de caiaque).

Quis o destino me levar a conhecer o Coronel da Reserva da Arma de Engenharia, ex-professor de Matemática do Colégio Militar de Porto Alegre, Hiram Reis Silva, com vários livros publicados sobre as suas viagens de caiaque nos rios amazónicos.

Após trocar uns email´s ficamos amigos, pelo menos é assim que o vejo, e tem sido ele, digamos, o meu “Padrinho” desta meu projeto de expedição. Neste momento e graças a sua incansável vontade em me apoiar, tenho garantido algum apoio da Polícia Militar e Exército Brasileiro para alguns trechos do percurso e eventualmente maçonaria para outros trechos (estamos ainda a trabalhar para cobrir a maior parte do percurso) esta será uma viagem solitária com apoio em pontos do percurso previamente definidos.  

D. Dinis

(Fernando Pessoa)

Na noite escreve um seu Cantar de Amigo
o plantador de naus a haver,
E ouve um silêncio múrmuro consigo:
É o rumor dos pinhais que, como um trigo
De Império, ondulam sem se poder ver.
 
Arroio, esse cantar, jovem e puro,
Busca o oceano por achar;
E a fala dos pinhais, marulho obscuro,
É o som presente desse mar futuro,
É a voz da terra ansiando pelo mar.

Para mim na verdade a travessia já começou… Desde o primeiro momento em que decidi que tinha de o fazer, tem sido intenso, com períodos de um misto de adrenalina, ansiedade, tristeza por vir a estar tanto tempo longe de meus filhos e claro algum medo, este percurso acarreta alguns perigos, cansaço, momentos de solidão… tem sido um banzeiro de emoções, mas não poderia ser de outra forma é isto que nos torna humanos e preenche vazios na vida…

Atravessar a floresta amazónica de caiaque pelo Rio Negro e depois entrar no Rio Amazonas até á sua Foz, com início em Cucuí junto à fronteira com a Colômbia e Venezuela passando por mais de 80 comunidades ribeirinhas, percorrer uma média de 50 km diários de caiaque durante aproximadamente 60 dias e entregar um kit médico básico às comunidades mais carenciadas… Sensibilizar para a beleza magnífica frágil e imponente da floresta amazónica e ainda faze-lo sob o lema “Hoje me lembrei de ti” despertando para uma doença de alguma forma nos toca a todos que é a doença de Alzheimer… é definitivamente algo que quero fazer.

Eduardo Pinheiro e filhos

Eduardo Pinheiro
919547591
[email protected]

Por Hiram Reis e Silva (*), Bagé, 11.10.2021 –  um Canoeiro eternamente em busca da Terceira Margem.

(*) Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas, Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;  

  • Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do Sul (1989)
  • Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA) (2000 a 2012);
  • Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx);
  • Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar – RS (IDMM – RS);
  • Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando Militar do Sul (CMS)
  • Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS);
  • Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS);
  • Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS – RS);
  • Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia (ACLER – RO)
  • Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
  • Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul (AMLERS)
  • Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG).
  • Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
  • E-mail: [email protected]