Hamilton Mourão, Vice-Presidente da República e Presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal
Neste Dia da Amazônia, o manto que dificulta o entendimento da necessidade do desenvolvimento sustentável da Amazônia deve ser retirado, mostrando a todos a realidade enfrentada pela população da maior e mais preservada floresta tropical do mundo.
Após a promulgação da Constituição de 88, momento em que direitos e deveres foram assinalados, aliado à crescente evolução científico-tecnológica, o país já poderia ter alcançado melhores resultados sustentáveis, ocupação ordenada e uso adequado do solo, subsolo e biodiversidade naquela região. Tendo sido injustificadamente abandonados, os projetos de assentamento e colonização agrícola da Amazônia foram deixados à própria sorte e à mercê de grileiros, posseiros e grandes latifundiários, gerando assim uma ocupação desordenada e predatória da região, particularmente nos eixos das grandes estradas, que por sua vez também foram largadas, deixando a região em isolamento e clima de abandono, abrindo espaço para uma corrida desenfreada pela posse, grilagem e ocupação ilegal.
É tempo de retomada, de modificarmos este cenário, seja no campo das ações e implementação de projetos, seja na substituição da narrativa enviesada, internacional e nacional, pela narrativa pró-Amazônia. A proposta é ambiciosa e desafiadora, mas factível. É o que busca o Conselho Nacional da Amazônia Legal (CNAL), o qual presido, fazendo valer as 3 vertentes que balizam os trabalhos do Conselho: Proteger, Preservar e Desenvolver a região, de forma continuada e sustentável. Nosso Governo não merece mais, inveridicamente, ser rotulado de vilão ambiental por conta de erros cometidos na gestão ambiental do passado, habilmente orquestrados por grupos políticos e econômicos a quem convém manter o Brasil na defensiva, tentando justificar suas ações na região como se fôssemos maus inquilinos da propriedade alheia ou não soubéssemos cuidar do que é nosso.
A Amazônia Brasileira não é o jardim zoológico do mundo, mas sim um local habitado que busca encontrar o desenvolvimento sustentável. Mais de 25 milhões de brasileiros vivem na Amazônia Legal, com baixos índices de desenvolvimento humano. Nosso foco não deve ser apenas a repressão aos ilícitos ambientais, ao contrário, devemos intensificar a regularização fundiária, o zoneamento ecológico-econômico e a agregação de valor às produções, melhorando e ampliando as infraestruturas necessárias para proporcionar ganhos de qualidade de vida para aquelas populações locais. Proteção, Preservação e Desenvolvimento podem coexistir harmonicamente em prol de um Brasil cada vez melhor e mais justo.
Tudo isso pode e deve ser feito com os necessários cuidados com o meio ambiente. Mas para que essa agenda nacional seja posta em prática, um pré-requisito fundamental será deixar de lado os mitos e a histeria sobre a região. A proposta é ambiciosa e exige fôlego, vontade política e esforço coordenado do Governo Federal, dos governos estaduais e municipais e de toda sociedade, conseguindo unir os 3 eixos de trabalho do Conselho Nacional da Amazônia Legal e atendendo às reais necessidades levantadas pelos moradores da região, sempre tendo em vista o seu bem-estar. Tudo pela Amazônia. SELVA!
PUBLICADO POR: GOVERNO DO BRASIL