O IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) inicia em setembro o terceiro ciclo do Amazoniar, projeto que tem como objetivo promover um diálogo global sobre a floresta amazônica e sua influência nas relações entre o Brasil e o mundo.
O primeiro encontro acontece nesta semana, no dia 9, com o tema “Quebrando estereótipos sobre os povos indígenas”. Até o fim de outubro, serão quatro encontros (veja abaixo as datas e os temas).
“Os povos indígenas da Amazônia são detentores de profundos saberes sobre a região e usufruem da arte e da cultura para transmitir poderosas mensagens de inclusão e de resistência, com expressões criativas e que refletem suas identidades. São múltiplas linguagens com o poder de comunicar e transformar, que desempenham um papel fundamental na tomada de consciência sobre inúmeras emergências da Amazônia e da sua população”, diz Lucas Ramos, coordenador do Amazoniar.
Segundo o pesquisador sênior do IPAM e moderador dos próximos encontros do Amazoniar, Paulo Moutinho, diversos estudos científicos mostram que os territórios indígenas já demarcados ou aguardando demarcação na Amazônia foram os que mais preservaram as características originais de florestas e de vegetação nativa. “Tal preservação resulta, em grande medida, do modo de vida e cultura dos povos indígenas. Por isso é tão importante resguardar esta riqueza cultural e o direito destes brasileiros às suas terras”, explica. Para Moutinho, o mundo tem muito a aprender com a cultura dos indígenas. “São séculos de conhecimento tradicional acumulado que poderão ser fundamentais para a nossa sobrevivência futura. É essa conexão da Amazônia com o mundo que queremos fomentar com o Amazoniar.”
Todos os encontros acontecerão pelo Zoom, ao vivo, e terão interpretação para inglês. Confira o calendário.
9/9 – Quebrando estereótipos sobre os povos indígenas
Horário: 14h (Lima) / 15h (Nova York) / 16h (Brasília) / 21h (Europa Central)
Neste encontro que abre o novo ciclo do Amazoniar, o IPAM convida o público para uma conversa com Alana Manchineri, coordenadora dos jovens comunicadores da COIAB, e Denilson Baniwa, artista e educador. Eles vão compartilhar suas vivências pessoais, para iniciar a discussão sobre como as comunidades indígenas utilizam expressões artísticas para combater mitos e estereótipos.
23/9 – Ouça essa história: a riqueza da literatura e das lendas indígenas
Horário: 8h (Lima) / 9h (Nova York) / 10h (Brasília) / 15h (Europa Central)
O segundo encontro propõe uma reflexão sobre os valores dos povos indígenas da Amazônia e sua visão de mundo através de lendas e da literatura produzida na região. O evento terá a participação de Daniel Munduruku (a confirmar), escritor e educador, que tem mais de 50 livros publicados no Brasil e no exterior e é um dos nomes mais importantes da literatura indígena no país.
7/10 – Vozes indígenas: cantos tradicionais e atuais e como se misturam
Horário: 8h (Lima) / 9h (Nova York) / 10h (Brasília) / 15h (Europa Central)
No terceiro encontro, o Amazoniar abordará os cantos tradicionais dos indígenas da Amazônia e sua junção com ritmos urbanos populares, como rock e rap, como forma de conscientização da luta indígena. Participarão Cíntia Guajajara, professora, mestra em linguística e vice-coordenadora da Articulação das Mulheres Indígenas do Maranhão (AMIMA), além do músico Matsipaya Txucarramãe.
27/10 – Perspectiva indígena: os povos tradicionais através da fotografia e do audiovisual
Horário: 8h (Lima) / 9h (Nova York) / 10h (Brasília) / 15h (Europa Central)
No último encontro do ciclo, o Amazoniar promove uma discussão sobre a produção fotográfica e audiovisual de artistas das comunidades indígenas. Erisvan Guajajara, comunicador e fundador da Mídia Índia, compartilhará suas perspectivas das produções culturais na região.
Sobre o Amazoniar
O Amazoniar é uma iniciativa do IPAM para promover um diálogo global sobre a floresta amazônica e sua influência nas relações entre o Brasil e o mundo.
O primeiro ciclo da série focou nas relações comerciais entre Brasil e Europa. O segundo teve como foco os povos indígenas e o seu papel como principais aliados no combate ao desmatamento e na conservação da floresta, sua contribuição para a ciência e para a cultura, bem como seu impacto no desenvolvimento sustentável da região.
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PUBLICADO POR: IPAM AMAZÔNIA
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