A Associação Expedicionários da Saúde retomou a rotina de missões de atendimento médico, especialmente cirúrgico, em regiões isoladas da floresta amazônica.
O atendimento médico nas regiões mais distantes da Amazônia nem sempre é fácil, especialmente as cirurgias. Após quase dois anos de ações focadas no combate ao coronavírus, a Associação Expedicionários da Saúde retomou a rotina de missões de atendimento médico, especialmente cirúrgico, em regiões isoladas da floresta amazônica.
Os expedicionários da saúde já realizaram várias expedições no Rio Negro, expedições que são grandes hospitais de campanha que eles montam, segundo dom Edson Damian, bispo da Diocese de São Gabriel da Cachoeira. O bispo fala de hospitais de campanha com até 300 pessoas, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, intérpretes para quem fala a língua indígena, e militares que cuidavam da logística.
Os Expedicionários da Saúde (EDS) realizaram até momento 44 Expedições clínicas e cirúrgicas, contabilizando 8.000 cirurgias, 60.000 atendimentos nas especialidades e 100.000 exames e procedimentos, cobrindo uma área de 500 mil km de área protegida ao longo de 18 anos de atuação.
Nesta edição do projeto Operando na Amazônia, a missão será na comunidade de Pari Cachoeira, no município de São Gabriel da Cachoeira (AM). Desta vez a Expedição acontecerá no recém-inaugurado CMI – Centro Médico Indígena, uma estrutura fixa construída pelos Expedicionários da Saúde em um antigo prédio cedido pela diocese de São Gabriel da Cachoeira.
Pari-Cachoeira está às margens do rio Tiquié, é um importante polo de concentração indígena de referência no Alto Rio Negro, na Cabeça do Cachorro, próximo à Colômbia. Distante entre 2 e 5 dias da sede do município em transporte fluvial, no local há 1.100 habitantes, além de aproximadamente 3 mil indígenas de comunidades do entorno. Nesta região do Alto Rio Negro vivem populações indígenas distribuídas por um território de cerca de 8 mil hectares totalmente preservados, compostas por 22 etnias que falam mais de 20 línguas além do português.
O prédio, construído pelos salesianos e salesianas em 1953, foi totalmente reformado e equipado para receber jornadas cirúrgicas diversas vezes ao ano em parceria com DSEI ARN-SESAI (Distrito Sanitário Especial Indígena Alto Rio Negro – Secretaria Especial de Saúde Indígena). No local, segundo dom Edson Damian, tem um centro cirúrgico, um gabinete dentário, um espaço para realizar os partos, obstetrícia, cozinha, lugar de acolhida, e também apartamentos para pré e pós-operatório.
Este é um projeto piloto desenvolvido pelos Expedicionários da Saúde e poderá ser replicado em outras regiões Amazônia Legal Brasileira. A expectativa da 45ª Expedição é realizar cerca de 60 cirurgias, 120 exames e procedimentos, 500 óculos doados e 270 atendimentos médicos nas seguintes especialidades: ginecologia, oftalmologia, pediatria, clínica médica, ortopedia, anestesia e cirurgia geral, podendo variar de acordo com a demanda espontânea de pacientes não triados previamente.
“Além das expedições ao longo do ano, ofereceremos atendimento à distância, por meio de uma estrutura equipada com energia solar e internet via satélite, cuja finalidade é conectar a equipe médica voluntária EDS, equipe de saúde do DSEI ARN, PEF de Pari Cachoeira e, agentes de saúde locais, para, assim, oferecer atendimento especializado, bem como o número de remoções para os grandes centros”, conta o presidente da EDS, Dr. Ricardo Afonso Ferreira.
A diocese de São Gabriel da Cachoeira, além de doar o prédio que sedia o Centro Médico Indígena, cede um espaço que serve como alojamento quando faz muitas cirurgias, segundo dom Edson Damian. A diocese também apoia com o trabalho dos padres e das irmãs salesianas da paróquia de Pari Cachoeira. Segundo o bispo, a inauguração do novo centro, “é algo que nos alegra muito diante da necessidade dos povos indígenas, é um grande presente que estamos recebendo”.
Padre Modino – CELAM – PUBLICADO POR: VATICAN NEWS
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