O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), informa que foram identificados os óbitos de sete crianças nas comunidades Kataroa e Waputha, na região do Surucucu, no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami.
A investigação apontou que óbitos ocorreram por diarreia e vômito (gastroenterite), sendo descartada a causa mortis por Covid-19. Todos os familiares das crianças foram testados e obtiveram resultado negativo para o coronavírus.
A SESAI esclarece, ainda, que ao contrário do que foi divulgado na mídia, não foram dez crianças e sim sete que faleceram, conforme a investigação de óbito e informações colhidas com as famílias nas aldeias. As sete crianças tinham idade entre sete meses e um ano e três meses. Todas foram assistidas com, pelo menos, duas consultas de pré-natal realizadas Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena (EMSI) do Distrito. Os partos foram domiciliares e de acordo com a cultura indígena. Elas eram amamentadas e não possuíam comorbidades. As crianças residiam em xapona (ambiente de moradia coletiva) em meio à floresta amazônica.
Para colaborar com a investigação da EMSI do DSEI, entre 1 e 7 de março de 2021, uma equipe do Departamento de Determinantes Ambientais Indígenas (DEAMB), da SESAI, foi enviada para área para visitar o Polo Base Surucucu, a Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI) Kataroa e o Polo Base Waphuta. Durante a missão, os técnicos realizaram análise da água, seguindo os parâmetros sentinelas da Diretriz de Monitoramento de Qualidade de Água Indígena (pH, Cor, turbidez, coliformes totais e E. coli), além de diagnóstico do esgotamento sanitário das aldeias e resíduos sólidos. Foram realizados os cruzamentos de dados das análises de água e dos ensaios de coprocultura, onde foi diagnosticado que não havia relação direta entre a água de consumo com os casos de diarreia apresentados.
VACINAÇÃO
Até o momento, o DSEI imunizou 80% dos indígenas com mais de 18 anos, inscritos no Subsistema de Ministério da Saúde Secretaria Especial de Saúde Indígena Atenção à Saúde Indígena (SASISUS) e especificidades da ADPF 709, e 64% com a segunda dose. O DSEI Yanomami continua trabalhando na imunização dos indígenas diretamente nas aldeias, apesar das dificuldades climáticas que dificultam o pouso nas aldeias e as caminhadas na floresta com o imunizante contra a Covid-19.
As equipes passam de 15 a 30 dias em área e, somente quando retornam à sede do DSEI, os dados são lançados no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI).
REFORÇO DE SAÚDE
O Ministério da Saúde enviou ainda a Equipe de Saúde Volante da SESAI, em duas missões de reforço ao DSEI Yanomami. De 1 a 7 de março deste ano, a Equipe deu apoio em atendimentos básicos, pediatria e na vacinação contra a Covid-19 nos Polos Base Surucucu, Waphuta e na região da UBSI Kataroa. Foram realizados mais de 1,6 mil atendimentos e procedimentos durante a ação.
De 14 a 20 de junho, a Equipe reforçou o combate à desnutrição infantil e doenças endêmicas nas comunidades Palimiú e Korekorema, na região do Polo Base Palimiú. Foram realizados 5,4 mil atendimentos e procedimentos.
AÇÃO INTERMINISTERIAL
Os Ministérios da Saúde e da Defesa realizaram duas missões interministeriais para reforço de saúde aos Distritos localizados no Estado de Roraima, o DSEI Yanomami e DSEI Leste de Roraima, durante o pico da pandemia.
A Operação Roraima I, realizada de 29 de junho a 6 de julho de 2020, e Operação Roraima II, de 19 a 26 de outubro de 2020, levaram mais de três toneladas de suprimentos, entre medicamentos e Equipamentos de Proteção Individual (EPI), para complementação de estoque dos Distritos. Profissionais de saúde das Forças Armadas como médicos generalista, pediatra, ginecologista e infectologista, enfermeiros e técnicos de enfermagem, junto com as EMSI, realizaram mais de 6 mil atendimentos especializados e procedimentos durante as missões.
CAPACITAÇÃO
A SESAI, por meio do DEAMB realizou, na sede do DSEI/YANOMAMI, atividade de capacitação em qualidade da água e resíduos sólidos, no período de 15 a 19 de março de 2021, onde estiveram presentes 25 responsáveis técnicos por estas agendas nos DSEI/YANOMAMI e Leste de Roraima. Foram abordados os principais problemas enfrentados pelos técnicos no desenvolvimento de ações relacionadas à água e aos resíduos sólidos nas comunidades indígenas e unidades da SESAI, assim como o planejamento das próximas ações para os anos de 2021 e 2022.
O DSEI Yanomami foi o primeiro Distrito a receber dois projetos piloto da SESAI, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), para a qualificação da atenção ao pré-natal e ao puerpério e da atenção ao neonato, com foco na realização da triagem neonatal nas comunidades indígenas. Os treinamentos foram realizados do dia 31 de maio a 4 de junho, de forma teórica e prática, tendo como objetivo promover a qualificação profissional por meio de atualização científica e aprimoramento de habilidades práticas. Nos projetos pilotos foram contemplados DSEI que são prioritários para a saúde das mulheres e saúde das crianças.
INVESTIMENTO
A SESAI já destinou mais de R$ 113 milhões para levar saúde básica até o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami durante a pandemia causada pela Covid-19. Foram R$ 77 milhões somente em 2020, sendo R$ 42 milhões em ações de saúde e saneamento, R$ 35 milhões em recursos humanos e R$ 523 mil em insumos para Covid-19. Neste ano, já foram disponibilizados outros R$ 25 milhões para ações de saúde e saneamento e R$ 11 milhões para recursos humanos.
Contato: Núcleo de Comunicação/NUCOM