As crianças e adolescentes indígenas imigrantes venezuelanos que vivem nos abrigos de Roraima terão atendimento educacional diferenciado pela condição em que se encontram.  O plano foi apresentado na manhã desta sexta-feira,13, para os Aidamos, as lideranças dos indígenas imigrantes.

Ascom Seec RR

O documento é uma resposta à ação movida pelo MPF (Ministério Público Federal) em 2018 e foi elaborado em ação conjunta entre Governo de Roraima /Seed (Secretaria de Educação e Desporto), Funai (Fundação Nacional do Índio), Prefeituras de Pacaraima e Boa Vista e conta com um Termo de Cooperação Técnica com a Operação Acolhida, responsável pelo atendimento aos imigrantes em Roraima.

A implantação do Plano também terá o apoio de outras instituições que já atuam nos abrigos como Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), Acnur (Agência da ONU para Refugiados), entre outros.

O comandante da Operação Acolhida, general Barros, a secretária de Educação e Desporto, Leila Perussolo, o promotor do MPF, Alisson Marugal e o coordenador regional da Funai, Osmar Tavares, também participaram da apresentação do plano

Ações previstas

As principais ações do plano são a garantia de matrícula escolar, realização da Busca Ativa Escolar, oferta de formação continuada para professores, realização de seminário, assessoramento pedagógico e a criação de um GT (Grupo de Trabalho) para acompanhamento das ações. Durante a apresentação do plano, os Aidamos também tiveram a oportunidade de sugerir adequações no documento.

“Esse é um trabalho que vem se fortalecendo com atuação de vários parceiros, instituições e com participação dos órgãos fiscalizadores. O plano é um documento que não está fechado, ou seja, pode se adequar durante o seu processo de implementação, conforme as necessidades que forem surgindo”, reforçou Leila Perussolo.

Mais de mil crianças e adolescentes vivem nos abrigos indígenas

Em Roraima já existem 13 abrigos com aproximadamente sete mil imigrantes venezuelanos. Destes, seis são abrigos específicos para imigrantes indígenas: Nova Canaã, Pintolândia, Jardim Floresta, Janokoida (Pacaraima), Rondon e Tancredo Neves.

Nos abrigos indígenas, as etnias predominantes são Warao, Pemon e Taurepang. Atualmente existem 1.072 crianças e adolescentes com idades entre 0 e 18 anos.

“Esse plano é uma atenção específica aos indígenas venezuelanos imigrantes em função da crise que vivemos. Não é privilégio. É ver as minorias e buscar soluções de atendimento dentro da legalidade. Quero felicitar a Secretaria de Educação do Estado pela ação, estou muito ansioso com esse plano e espero que seja exemplo para todos”, enfatizou o comandante da Operação Acolhida, general Barros.

Na Seed, as ações do Plano estão sendo coordenadas pelo Ceforr (Centro Estadual de Formação dos Profissionais da Educação de Roraima). A diretora do Centro, Stela Damas, explicou a próxima etapa a ser realizada.

“O próximo passo será a realização do Seminário que já está previsto no plano, aberto para professores e para toda a sociedade, expondo um pouco sobre a cultura desses povos indígenas e trazendo também apoio pedagógico aos docentes”, informou.

Stela reforçou ainda que o atendimento aos imigrantes indígenas venezuelanos se estenderá também aos que não residem em abrigos, à exemplo de 200 estudantes indígenas venezuelanos que já foram inclusive, acolhidos em comunidades indígenas brasileiras, como nas comunidades indígenas Sakamouta, Tarauparu e Bananal/Sorocaima, em Pacaraima.

Escrito por Mágida Azulay Khatab

PUBLICADO POR:  GOVERNO DE RORAIMA