Conter as emissões de dióxido de carbono e o aquecimento global era missão 20 anos atrás. Agora, trata-se de correr atrás dos prejuízos e dos efeitos que a inação já nos trazem. Essa é a avaliação de Paulo Artaxo, autor-líder de um dos capítulos do relatório do IPCC e professor da Universidade de São Paulo (USP).
Segundo ele, minimizar danos é o que tornou possível fazer ante a escalada do aquecimento global descrita no novo relatório da entidade ligada à ONU, divulgado nesta segunda-feira, 9.
O documento produzido por cientistas de 66 países aponta que a Terra está esquentando mais rápido do que era previsto e se prepara para atingir 1,5ºC acima do nível pré-industrial já na década de 2030, dez anos antes do que era esperado. Artaxo é ainda mais enfático ao afirmar que, na verdade, já ultrapassamos essa marca, mascarada pela emissão de aerossóis – pequenas partículas sólidas e líquidas resultantes da queima de combustíveis sólidos – que refletem a radiação solar e têm como efeito secundário diminuir a energia no sistema climático.
Poluentes com efeitos negativos na saúde humana, os aerossóis tendem a ser eliminados ou ao menos diminuírem muito sua concentração na atmosfera. O resultado de uma medida positiva, porém, trará a clara realidade do patamar de aquecimento do planeta em que já estamos.
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