Estudo do Instituto Escolhas mostra que mais de 19 toneladas de ouro exportadas pelo País não têm qualquer registro de origem ou autorizações
Em 2020, o Brasil exportou 111 toneladas de ouro, por um valor de US$ 4,9 bilhões. No entanto, 17% (ou 19,123 toneladas) das exportações foram ilegais, pois o ouro não teve sua produção registrada ou não possuía um título autorizando a extração.
De acordo com a análise, apesar das exportações terem alcançado o patamar das 111 toneladas, em 2020 o Brasil produziu apenas 92 toneladas de ouro, sendo que 485 kg vindos do Pará e do Mato Grosso não tinham um título para a extração do metal. Outras 18,6 toneladas não foram sequer contabilizadas nos registros de produção. Assim, mais de 19 toneladas de ouro brasileiro foram exportadas de forma ilegal.
O estudo conclui que as exportações ocorreram por estados como Minas Gerais e São Paulo. Isso porque esses estados ou não produziram um grama sequer de ouro – como São Paulo – ou exportaram muito mais do que produziram – como Minas Gerais -, um indicativo de que exportaram ouro sem registro ou autorização ou ainda extraído em outros estados, como aqueles da região amazônica.
Países que importam ouro dessas localidades, como Canadá, Suíça, Reino Unido, Bélgica e Índia, estão com suas importações contaminadas e expostas ao risco da ilegalidade.
De acordo com a gerente de Projetos e Produtos do Escolhas Larissa Rodrigues, “exportamos ouro ilegal em grande quantidade, por isso é urgente que tenhamos um sistema de rastreabilidade para o ouro, caso contrário não será possível comprovar se ele foi produzido legalmente ou se veio de Terras Indígenas e Unidades de Conservação na Amazônia”.
Segundo ela, “os países importadores precisam exigir do Brasil a implementação desse sistema de rastreio, já que somente assim deixarão de ser cúmplices da destruição na floresta amazônica”. Ela comenta que o ouro é o principal item brasileiro da pauta de importação da Suíça, por exemplo, por isso as exigências devem ser feitas, já que a exposição à ilegalidade é alta.
Clique aqui e conheça mais sobre os dados do estudo.
PUBLICADO POR: INSTITUTO ESCOLHAS
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