Mapear experiências de sucesso em tecnologia social da Amazônia, focadas na melhoria das condições de vida dos povos da região, e instalar unidades demonstrativas de tecnologias inovadoras em espaços de visitação do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), estes são alguns dos objetivos do projeto Rede Amazônica de Tecnologia Social desenvolvido pela Coordenação de Tecnologia Social (Cotes) do Inpa.

Aproveitamento de resíduos em forma de galhos de árvores para a fabricação de móveis rústicos. Foto Letícia Misna – Acervo Ascom Inpa

A proposta do projeto é fortalecer o ecossistema de inovação na Amazônica, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social da região Norte e do Brasil, por meio da apropriação do conhecimento científico e tecnológico e transferência de tecnologia à sociedade, além da reaplicação junto aos segmentos urbanos e rurais amazônicos em situação de vulnerabilidade socioeconômica. O projeto conta com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

Postada em: INPA

“Mapear as tecnologias sociais da Amazônia é muito importante, porque não se trata apenas de conhecer as iniciativas e as experiências que têm sido desenvolvidas, mas aquelas exitosas e adequadas para a nossa região, ou seja, que se centram nos problemas fundamentais que vivemos quanto ao acesso à água, alimentação, práticas agroecológicas, desenvolvimento de materiais para habitação, dentre outras experiências em várias áreas, mas que sejam adequadas à região Amazônica”, destacou a coordenadora do projeto, Denise Gutierrez.

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A iniciativa busca fomentar a articulação das Instituições de Pesquisa Científica e Tecnológica (ICT’s) vinculadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) – Inpa, Museu Paraense Emílio Goeldi e Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá – e das instituições integrantes da Rede de NIT da Amazônia Ocidental (Amoci), coordenada pelo Inpa, bem como seus parceiros, que são importantes atores na gestão da inovação e do desenvolvimento e aplicação de tecnologia social.  Eles atuam na inclusão socioeconômica, redução das assimetrias regionais, da produção e acesso público à ciência, tecnologia e inovação e no cumprimento das metas do desenvolvimento sustentável definidas na Agenda 2030.

Segundo a coordenadora, o projeto vai revitalizar unidades demonstrativas de tecnologias sociais e instalar outras unidades de tecnologias recentes e inovadoras em espaços de visitação pública do Inpa, com destaque para o Bosque da Ciência. O parque, que está com visitas presenciais suspensas em decorrência da pandemia de Covid-19 e no momento passa por obras de reforma, é voltado ao lazer, educação ambiental e popularização da ciência, e já conta em seus atrativos com tecnologias desenvolvidas por pesquisadores do Inpa, a exemplo do purificador de água solar (Água Box ou Ecoloágua) e a Casa Ecológica de Bambu.

Além das Unidades Demonstrativas serão produzidos protótipos expositivos. “Esses protótipos vão nos apoiar na difusão dessas tecnologias sociais e sustentáveis para a sociedade e para o público em grandes eventos nacionais, como feiras de tecnologia e inovação, SBPC e SNCT”, explicou Gutierrez.

Em outro projeto coordenado por Gutierrez, Implantação de Unidades Demonstrativas Agroflorestais na Amazônia (Iudaa), já encerrado, foram instaladas pelo Inpa e seus parceiros unidades em propriedades de pequenos produtores e em organizações públicas de Benjamin Constant e Tabatinga, na região do Alto Solimões. Mais que um espaço físico, as unidades demonstrativas do Iudaa eram um conjunto de relações e esforços em diversos espaços, e envolvia um circuito de visitação, capacitação de produtores e inserção de espécies nativas.

Levantamento das tecnologias

O projeto já iniciou o levantamento das tecnologias sociais existentes na Amazônia. Se você é autor ou participa de algum projeto que resultou numa tecnologia social, participe da pesquisa. Basta acessar o link aqui e responder ao questionário. A sua contribuição é importante para a sistematização e popularização das tecnologias sociais na Amazônia.

Resultados Esperados

  • mapeamento do conjunto de tecnologias sociais sustentáveis existentes nas várias instituições;
  • disseminação, reaplicação e aperfeiçoamento de tecnologias sociais consolidadas, que se encontram em fase de escala, promovendo a apropriação de conhecimentos e técnicas;
  • promoção das tecnologias sociais, como ações e políticas intersetoriais de desenvolvimento, visando estimular a implementação de empreendimentos de economia solidária de impacto social e econômico e a interação do público e de potenciais beneficiários das tecnologias sociais já implementadas;
  • elaboração de parâmetros para a construção futura de uma plataforma aberta do MCTI para consultas e reaplicação das tecnologias sociais.

Saiba mais

As tecnologias sociais incluem novos produtos, dispositivos ou equipamentos, novos processos, procedimentos, técnicas ou metodologias e novos serviços, bem como inovações sociais, organizacionais e de gestão. Os critérios adotamos pelo projeto para a definição de uma tecnologia social são: uso aberto (sem patente); baixo custo; simplicidade que permite reaplicação; construída em processo de interação com o grupo beneficiado (em algum momento); destinada a resolver um problema concreto e relevante para os beneficiados e que já foi aplicada com efetividade.

QUESTIONARIO DA REDE AMAZÔNICA DE TECNOLOGIA SOCIAL 

PUBLICADO POR:    INPA