O mapeamento das regiões da capital paraense já foi realizado em 2016 e agora está sendo refeito com a inclusão de novas áreas

Pesquisadores realizaram trabalho de campo e registraram também as informações com o auxílio de imagens aéreas por meio de drone. Foto: SGB/CPRM

O município de Belém, capital do estado do Pará, está sendo avaliado pelo Governo Federal desde a última semana em relação às áreas que apresentam riscos de inundação. O trabalho está sendo executado por pesquisadores em geociências do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), que é uma empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), e resultará em um mapeamento que será entregue aos gestores públicos do município com o objetivo de orientar as ações necessárias para a prevenção de desastres e proteção da população. O mapeamento das áreas de risco de Belém já foi realizado em 2016 e agora os pesquisadores revisitaram as regiões, como o distrito de Icoaraci e regiões vizinhas, além da análise de novas áreas que podem ser consideradas de risco para a ocorrência de inundações.

Áreas com risco de inundação em Belém foram avaliadas em 2016. Nova etapa do trabalho contempla a revisita e também a inclusão de novas regiões. Foto: SGB/CPRM
Áreas com risco de inundação em Belém foram avaliadas em 2016. Nova etapa do trabalho contempla a revisita e também a inclusão de novas regiões. Foto: SGB/CPRM

Estão na cidade os pesquisadores Alceu Mendel, Dianne Fonseca, Homero Melo e Sheila Teixeira. Conforme ressaltam, o último mapeamento realizado no distrito de Icoaraci e regiões vizinhas apontou que a área sofria grandes riscos de inundação referente ao igarapé Paracuri – pequenos rios. Agora, o objetivo da visita é analisar as mudanças que aconteceram na região nesse intervalo de tempo e avaliar sobre os riscos do município e de suas ilhas, como Mosqueiro, Cotijuba e Combu.

De acordo com a pesquisadora Sheila Teixeira, em Icoaraci, além da influência da chuva sobretudo no período de dezembro até meados de maio, há também a influência da maré, por se tratar de uma zona de mesomaré onde a amplitude é de, em média, 3,5 metros. Esses canais, portanto, sofrem influência destes dois fatores, o que ocasiona no transbordamento e atinge todas as residências do entorno. A capital paraense é uma cidade portuária, considerada a entrada para a região do Baixo Amazonas do Brasil, portanto a necessidade de reavaliação das áreas de risco considerando também o crescimento desordenado em regiões do município.

Após alguns dias de campo, os pesquisadores chegaram à conclusão de que o risco das residências localizadas na planície de inundação foi alterado em determinadas regiões. Em alguns lugares, por exemplo, o processo de aterramento e deslocamento por parte dos moradores acabou reduzindo os riscos. Porém, novas ocupações irregulares que foram percebidas nesse intervalo de cinco anos aumentou o risco de áreas próximas às drenagens.

Avaliação de pesquisadores do Governo Federal tem como objetivo a prevenção de desastres e preservação de vidas. Foto: SGB/CPRM

Os trabalhos de campo contam com o suporte da Defesa Civil de Belém e contempla também o mapeamento de novas áreas que surgiram de 2016 para cá, além das ilhas que compõem o município. Ainda nesta semana, os pesquisadores também se reunirão com representantes da Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém (CODEM), que realizará um projeto da regiões e utilizará o polígono estabelecido pelo SGB/CPRM como área de atingimento.

Pedro Martins
Assessoria de Comunicação (ASSCOM)
Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM)
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